Quero - 1942

o Rei da Criação no caminho do exílio, até a noite de Natal ... Oh! Paradoxo de amor! O homem queria ser igual a Deus , e caiu ... Deus, então, seria Homem, e desceu numa hu– mildade sem limites . . . ... para restaurar a beleza quebra ca, . . . para refundir a semelhança fendida. Noite de Natal, mais bela que todos os dias! A nossa ima ginação se perde na histó– ria dos acontecimentos longínquos: a Justiça e a Paz se abraçam. Naquele tempo, saiu um edito de Cesar Augusto para recensear todo o país . O povo hebraico sentia a dura humilhação de não se r um povo independente, mas escravo de Roma. As legiões romanas marchavam pelas ruas de Jerusalém: Roma não aceita sugestões, é altiva, soberba, despreza os Judeus... Mas, de uma cidade escu·ra desta terra, v irá o Humilde, o Manso, que dará a seu povo a liberdade. Os filhos desta nação tributária, dentro de alguns anos, farão tremular a bandeira da Cruz sô– bre o Capitólio. Um edito saiu ... oh! paradoxo ! O imperador romano será um instrumento nas mãos de Deus. Miqueas profetizou: "Tu, Belém de Éfrata, pequenina embora entre as cidades principais de Judá , venís surgir o chefe de Israel, cuja origem remonta aos dias da etern ídade." Dois peregrinos sobem com dificuldade às alturas de Belém, passam pela port.i es– treita da cidade, dão uma larga volta pelas ruas tortuosas, mas não acham um lugar nas hospedarias. E José e Maria saem da cidade e, ao pé da serra, encontram uma gruta espaçosa, aban– donada pelos homtns . .. o lugar mais pobre da criação . Deus dá tudo e o homem, num cálculo egoísta, não dá . 6 • , J. f. C B . Belém- Pará- Brasil "Vinha Jesus ao mundo que era Seu mas o mundo não O recebeu". E, naquela gruta desprovida de tudo o confôrto humano, acontece o milagre, pelo qual os séculos e tôdas as gerações e povos espe– ravam: "chegou o tempo em que Ela devia dar à luz, e deu à luz o seu Filho primogénito; envolveu-O em faixas e reclinou-O em uma manjedoura." "O Verbo se fez Homem e habitou en– tre nós". Todo o mundo O esper;::va e ninguern O recebeu ! Oh! Paradoxo para a inteligência humana! Êle tstava no céu e veio à terra para fazer da terra u rn céu ... Êle era rico e Se fez pobre para nos co– municar Suas riquezas . .. Êle reinava sôbre os anjos e ve io servir aos pecadores. -. Ê · · nas alecrr ias celestes e procurou le v1vta f, Sofrimento humano para nos dar na terra o . um pouco de alegna ... Êle era imortal e Se fez mortal para nos • 1 tornar imortais . , . Na escuridão da ~ruta, esta deitado 0 D f te O Rei dos Reis , ocultando Sua ma– eus or , A • d jestade e g~andeza nas aparenc,as . e uma criança fragil. ' Mas sôbre a gruta, a multidão da milí– . elest~ canta o hino polifónico mais belo cta c • · b ue ouvidos humanos 1ama1s perce eram:_ ~Glória a Deus nas altu~~s e na terra paz aos homens de boa vontade. . ./. . Os pastoFeS sena_m os pnme1ros men sa- eiros da humani~ade Junto ao pre~épio. "Be– ~aventurados o~ Sl)~Pl~s, porque verao_ a Deus". " Vamos até Belem , disseram entre s1 os pas– tores . foram a toda pressa, e acharam Maria e José e o Menino, deitado numa manjed ourà ." Atraz dos pastores, o Menino-Deus vê os homens de todos os tempos, e admite tod os em Sua presença c_om o_s seus pecados e a ngústias. Infelizmente, ha muitos, no mundo, que não o reconhecem . "O mundo não O reconheceu". o mund q_ .de nossos dias. ( Conclui na pag. 22,).

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