Quero - 1942

2 C:ZJe . o/í·ancísco úe &a.l[e.c; <33rasíl J. f : C . B . Belém- Pará- Brasi l A vossa palavra deve ser: sim, sim; não, não. Mat. 5.37 lntolerân~ias da ~ EU "caro inimigo" liberal. Não te agra– dou o titulo desta p ágina? Achas que é revoltante ? Muitíssimo obrigado. Ainda bem que começaste a me auxiliar na ar- gumentaçào.-Rejlete: isso mesmo de vi– res contra mim, de achJTes que não tenho razão, por– que preconizo a intolerância, já é uma prova provada de que tu és quem não tem razão. Quero dizer : és um intolerante também . Não toleras a intolerância? Ótimo ! Meu amigo, todo o mundo está de acôrdo em ser intolerante. A dificu ld,:de é sómente quanto ao objeto: Verdade ou Êrro, Lu z ou Treva, Bem ou Mal. S. Paulo, tão grande apóstolo que é chamado simplesmente " O Apóstolo ", tem um pensamento de fogo - expressão máxima da boa formação de seu es– pirito: "se alguem, fôsse eu ou um anjo do ceu, vos anunciasse outro Evangelho que não o que vos anun– ciamos, devia ser condenado." Que inteligência linda I Que estabilidade J Qu2 certeza! Que fé I Que descanço morei! Que liberdade! Q//e intolerância! E S. Paulo só foi S. Puulo p orque estrzva certo de que a verdade não podw ser mais de am . De tal modo, pensava, que se êle mesmo nos ensiTusse outra cousa, devíamos le– vantar-nos contra êle. /11..;is ainda: se o Ceu, por ab– surdo, rw:ndJ·sse um anjo desdizer o que jó se havia dito, devíamos levantar-nos contra êste anjo do Ceu, por conseguinte contra o Ceu ! Sim, a mssa inteligência é intolerante. A_ idé_a de ente nos obriga a essas três afirmações rudimentares da filosofia: " o que é, é. Uma cousa não pode ser e não ser ao mesmo tempo, sob o mesmo aspcctc. Uma cousa ou é ou não é." Se estou certo de que tal figura é um círcul o, não posso admitir que seja_ um quadrado. Sou intolerante. A ciência que não é mto– lerante ainJ.1 mio é ciência. Quanto mais qu ·ndo se trata da certeza da fé, que é de ordem in'!f;i vclmente superior à certeza ma– te11;ati.a. Se a minh, inteligência está certa de que_ D_eus existe, não vai tolerar que não ex ista. Não vai duer que o ateismo tem razão também. E' intolerante para com o ateismo. Se a minha i11te/igência está certa de que Nosso Senhor está re a lm i nte presente no S . _S. Surarnento do 1.1/ar, nâo va: tolerar que não est~Ja. Nao vai dizer que o prohstunftsmo está certo tam~em. E' intoleru11/e para com n protestantismo. Se a_ mmha inteligênc1.1 está certa de qu.' a alma humana é unortal, nüo v,1i tolemr que não seja . Náo vai dizer que o Bu– di1;mo esta certo tumoém. E' intolerante para com o InteJicêncía e da Santa Iereja Bu~ism?. Se minha inte[ gência .está certa de que J esus Crtsto ~ peus, _de qu_e ha e eu e 111/erno, não vai tolerar o co1~trari o; Nao vm dtzer que o espiritismo está certo tambem. E intolerante para com o espiritismo. Ao envés, por conseguinte, de te revoltares con– t:a a Sú/1/a Igr_eJa porq ue ela é intolerante para com todas as doutnna~ que não são do Evangrlho, deves descobnr,. nessa firmeza ina~alavel, a g rande nota de sua veracidade, o motivo mawr de tua simpatia. :4 m_esma cousa quanto ~ teologia moral que re– sulta, mev1tavelmente, da teo~ogw d,ogmática. Se eu digo que se _deve amar a _Deus sob1e todas as cousas, não devo dizer q~e é llctto preferir as creaturJS a Deus. Se eu devo dizer! com o f-~angelho, que O espirita do mundo é contrárto ao espmto de Cristo não devo dizer a certos_ pessoas - custe o que custar ~ que elas estão com ,,cnsto. Se eu dev~ dizer, com O Espírito Santo, que _qu em am_a a~ p~ri go nele per ecerá", devo dizer tam~em que nao sao /1~1~os os divertimentos de nossas praws, ç,ue 11ào são llc1tos os bailes que se dizem da alta socted~de, ~te. e_tc. etc. .. Jntolerància moral. Não achas que isto e lógico, meu amigo? SiT_II ! Feliz'!1ente nós temos uma Igreja que sabe o que diz: Que e 111tolera11te. Que rião está como o protestantismo em suas mil seitas, dividida' contra si mesma. Eis porque sàmente el1 é a verdadeira Jg re/a, sómente ela é :mta, _sóm~nte ela pode ser, de dire1to e_ de j uta, _católFa, t. e, umversal, sómente ela é apostó– lica, 1.é, vmd'I _dos sant~s Apóstolos, com promessàs de ter a companhta de Cc1sto e a _assi tência do Espírito Santo, até a consumaçao_ dos seculos, sem precisJT de Reformas, de Protestan//smos . . .

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