Quero - 1942

J. f. C. B. Belém-Pará- Br"asil ~.....,....,,,,. ............. ~~~ _, tôrno da sua mágica promessa, decorrem êrros lamentaveis, antes e depois do casamento . REVOLTA E SENTIMENTALISMO - AS REVOLTADAS Mas, que são afi nal essas ilusões tão co– muns à mocidade? Podemos reparti-las em duas grandes clas– ses, sujeitas, é claro, a todos os matizes dos temperamentos reais, sempre muito mais com– plexos que os tipos imaginados. A primeira das ilusões é a que tem por princípio a noção ex8gerada da rivalidade entre os dois sexos. E' ainda um conceito materia– lista, o da luta sem tréguas entre o homem e a mulher, ou melhor, o da luta com a única trégua do prazer sensivel, proporcionado por um ao outro sexo . Esta ilusão forma a c.:las:,e das revoltadas, m~ito numerosa desde os progressos do fe– mm1smo. Para a revoltada, o homem é, em relação à mulher, um adversário natural, escandalosa– mente farnrecido pelo prestígio da opinião pú– blica e pe las leis que êle próprio criou . l<ecrimimi ela as regalias incríveis que cabem ao homem na instituição doméstica . As queixas referem-se principalmente; l .º à ctiversidad.; do julgamento aplicado pelo mundo às faltas conjugais cometidas pelo homem ou pela mulher; 2." à ~uprem<icia do homem na so~iedade conjugal. Rtalmente o mundo mostra-se muitíssimo mais indulgente com os deslises do homem que para os da mulher. Do ponto de vista moral, não há dúvida , é revoltante a injustiça . Diante da sã conciênci3 , tanto se degrada o homem como a mulher que , esquedidos das s;uas res– ponsabilidades, renegam a fé conjugal. . . ~ que h~ de curioso, porém, na reação fem1rnsta contra a moral "de dois pesos e duas medidas' ', é que ela não exige ( como seria o direito) uma reformil dos costumes masculinos. Não pede que o homem seja obrigado pelo clamor du opinião pública a viver com ela, se– gundo as exigên cias Ja única e verdadeira 1J1oral. Não, o que propugna 'é que lhe seja reconhe– cido pela sociedade o direito. pelo menos teó- rico, de se vingar no homem pagando-lhe na mesma moeda. Extranh!él desforra esta, que pede o rebai– xamento do ofendido ao nivel do ofensor! Quanto à supremacia do homem na fa– mília, a questão é muito mais simples. Tôda sociedade bem organizada precisa de um chefe. A sociedade conj uga l não escapa à regra . E'-lhe necessário uma cabeça que mande . O homem é esta cabeça. Por que? indagam , revoltadas, as ferni – nistas. Porque o homem é psicologica.rnente feito para ser chefe . Dotou-o a natureza d,1s qualidades de energias, . s:111gue-frio ini ci1:1tiva, perseverança , necessárias ao exercício da auto– ridade . O seu próprio egocentrislllo favorece – -lhe as qualidades de chefe . Nos casais bem organizados, como obser– vou certa vez o Pe . Coulet, a autoridade di \' i– de-se judiciosamente na prática entre o pa i e a mãe, cabendo a cada um a parte referente às suas competências especiais. Assim, respons.i – biliza-se o pai pela questão da subsistência , pel.:1 orientação profissional dos nlhos , pelo plano geral da vida da família . A mãe responde pela saúde da prole , pela sua formação moral, pela esco lha das suas re l,1 çõe-; Como se vê, o papel respetivo do ma– rido e da mulher no lar é condicionado pelas qualidades peculiares a cada sexo. A êle , mais forte e combativo, as responsabilidades mais pesadas, a imposição da disci~na, a guarda, a proteção , a defesa da família . A ela , deli cada e sensi~el, a ação direta sôbrt as conciências, a influência suavizadora , o incansavel, obscuro e fecundo devotamento.:. numa palavra , a "REA– LEZA DO CORAÇAO" Homem e mulher não estão fadados a uma luta irremissível. As concepções respetivas da vida, as particularidades psicológicas de um e de outro podem ocasionalmente chocar-se, pro– duzindo ntrito, provocando dor, não há nega-lo. Mas, a-pesar de tudo, o seu destino, nunca é demais repeti-lo, é completarem-se e exaltarem– -se na mais estreita colaboração. AS SENTIMENTAIS A segunda ilusão juvenil acêrca do amor tem por origem o sentimentaliíimo. A sentimental julga-se uma creatura de

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