Quero - 1942
J. F. C . B . 16 Belém- Pará-Bras il ASSOCIA~ÃO .PAHAENSE DE PROfESSOHES CATÓUCO Formadoras de almas e nao somente de inteligências - é um dever de conciência de tõda professora . · JI ESUS Cristo sempre demonstrou a super ior i– dade do espírito sôbre a matér ia. Em vá r ias páginas do Evangelho vem consi – gnada esta verdade. Di r igindo-se aos apóstolos, que eram pescado– res, el eva-os para um plano esp iritua l sub l ime di– zendo-l hes que sejam também pescadores de alma• . Assim também nós, colegas do magi st~rio, em relação aos nossos alunos. · Parece-me ouvir o Divino Mestre a nos di zer: "Não sejais apenas formadoras de inteligências, mas formadoras de almas." Sim, porque se bem que o al uno tenfia uma intel igência que exige receber conhecimentos gerais, que necessita ser cultivada, para tornar-se uma inte– ligência esclarecida, é também ve rdade que o discente possu i uma .,,alma que urge ser moldada, de forma a conduzi-lo a praticar o bem, evitando o mal. Dêsse modo, o discente não terá apenas ins– _trução, mas também educa ~ão, que é o essencial, pois sem ela a instrução é falha, nula, contraproducente. As estatísticas norte-americana·s verificaram que os temíveis "gangsters" são na sua totalidade indiví– duos instruídos, muitos até possuidores de cursos su– per iores, o que vem provar que a instrução não im– pede que o homem seja um degenerado, nocivo à so– ciedade, sem conciência, sem escrúpulos. O valor do homem repousa no seu carater e . não nos conhecimentos que possui. E' o Padre Leonel Franca, autor de "Ensino religioso e ensino leigo", quem afirma : "a ciência é uma espada de dois gumes: pode emprestá-la para o bem uma conciência 110nesta, pode pô-la a serviço do mal um coração depravado." Resta- nos, pois, a missão de educar as con– ciências, os corações de nossas crianças. E como fazer isso ? Recorrendo à formação moral? E' verdade. Mas aquela é impossível sem a formação religiosa. A moral sem Deus não nos leva ao ponto de sacrificarmos ós nossos inter esses pelo bem do pró– ximo. Ela termina quando queremos satisfazer nossas paixões pessoais. Pessôas ha, tôdas tidas como padrões de mo– ralidade, e que, no entanto, decaem, porque não pos– suem religião, - o mais excel ente de lodos os có– digos de moral. O próprio Rousseau, criad or de um sistema mo– ralista que não aceitava a moral cristã, foi o primeiro a reconhecer o êrro, exclamando: "Não compreendo que se possa :;er vi r tuoso sem religião. Tive muito tempo esta opinião ilusória de que estou perfeita– mente desenganado." Eis, portanto, a solução do caso: obter-se uma sólida formação religiosa. Mas pa ra isso é necessar, o con hecer a Deus e às suas Leis. Saber o que sua doutr ina pr oíbe e acon– sel ha, para não fazer o que é pro'ibido e sim pratica r o que é aconselhado. E' no Catecismo que es tão essas pro·ibições e êsses consel hos. L' urgente, pois, que o aluno anren da o Cate– cismo, não decorando apenas as fórmulas, mas ass i– mi lando-as, comp-eendendo-as, o que constit ui sà- mente meio cam i nho andado. • A meta só será alcançada quando os ensina– men tos colhidos no Catecismo forem vividos, for em apl icados na vi da. E' cond ição in dispensavel que o aluno vi va a doutr ina aprend ida, professe a sua fé, exteriori ze em atos os dizeres cont idos no Catecismo. Só assim êle será um cr istão perfeito, o que é a fina li dade do Catecismo. Agora direis, quer idas companheiras de ofício: estamos de acôrdo com o ensino rel igioso nas escolas. Mas não sejamos nós que o ministremos, pois não somos compelentes no assun to. Descu lpai-me, presadas co legas, mas não con– cordo com a vossa desculpa. Vamos supor que o govêrn o viesse a adotar uma nova discipli na, exigin do que as professo ras a aprendessem. Não iríamos nós estudá-la imed iatamen te nos livros adequados, dedicando-nos com interesse e afei– ção ao estudo da nova matér ia, obedecendo assim à determinação de nossos superiores? Pois façamos de conta que o ca tec ismo foi essa nova discip li na, obrigatória, não pe)a lei, mas obriga– tória nas conciências. Procu remos instru ir-nos no as– sunto, lendo livros como " Pedagogia do Catecismo" do Pe. Negromonle que nos apontará os métodos pc– dagófiicos que devemos seguir no ensino reli gioso Leiamos "Irene" e "Maggy" Qnde veremos 0 ~ exemplos arrebatadores e cony incentes de duas jovens que venceram todos os ob_staculos, até a concreti za– ção de seu ideal de catequ istas modêlos. A Livraria <;1e Nossa Scnh_o'.a Rain ha dos Co– rações espera anc1osa a. vossa v1s1ta. Ide lá, minhas colegas, e surpreendereis fonte!'i marav il hosas onde podereis saciar o vosso nobre desejo de apre~cter a relig ião para transruití -la às nossas cr ianças. Esta aspiração é um_ dos p,oucos e belos sonhos que se podem tornar realtdade e quando isso acon– tecer despontará em nossos lábios um s O r ris O de triunfo, de fel icidade que se alcançou, pois de en tão em diante estaremos aptas par~ formar, não sàmente inteligências, mas uma co isa muito mais prec iosa muito mais necessá_rla, uma coisa que não fenece, que' nunca morre, que e eterna: a alma 1 cJV{aria c:Ícufh dos Santos cJVrenezes Professora do G. E. ''Paul ino de Brito"
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