Quero - 1942

13 J . f . C. B. Belém- Pará-8ra_1il ,,.. ' o •••• e C ARNAVAL ! CARNAVAL ! ma!Ua :Eeo.,w.1t, 1Í-e.6-.Pai.li I E,s que chegou o carnaval 1 Quadra que, de há muito, já vem provoca ndo, por tôda a parte, o murmú rio ancioso: Ca rnava l ! Carnaval 1 E' a fo lia estonteante que mais pr eoc upa tôdas as camadas socia is; ricos e pobr es a ela se entregam de corpo e a lma. Todos, pouco a pouco, vão diri– g\ ndo seus olha res para o Momo que se aproxima, maldoso e atrevido. E, ao vê-lo imperar, sem peias, na Cidade, tôda gente dele cuida. Será, então, acontecimento extraordinár io, êsse carnaval que tanto impressiona? Não ; nada tem de extraordi nár io ; sua a tração norma l de todos os anos é sempre a mesma: cons iste na liberdade sem limite qu e conduz à loucura desenfreada. Por isso, homens perversos e vi ciosos tornam– -se seus adeptos en tusiasta s, satisfeitos por encontrar o me io pelo qua l podem espa lhar livremente tõda a vi 1 e za de sua maldad e e baixeza de sentimentos; procurando insuflar e gozar, o ma is passivei, êsse festim acolhedor, "despretencioso" e " li bera l " qu e ludo lhes permite fazer. Felizmente, o mai or número dos qu e tomam parte no carn aval não são dêsses que, apenas, visam servir-se dele para o ma l e para a perdi ção, ma s, são pessoas qu e, sem possuir um vício pernicioso que as indu za ao carnaval no intuito de alí darem li vre expansão a seu pecado, deixam-s e, en tretanto, levar pe la alegria louca, que encobre todo o vasio e todo o fel qu e nele se encerram; são, ge– ralmente, os que, torturados pelas amarguras da vid a, pensam esqu ece r, no ruido e a legri a gera l, a dor qu e os atormenta, e, também, na gra nd e maior ia, cora– ções moços e inexper ientes, prontos, sempre, a entre– garem-se a tudo que mostra animação e entusiasmo. Ao lado, porém, dessa corrente carnavalesca, fo rma-se outra ma is poderosa. E' a qu e, sen hora das consequ encias fun estas dêsse fol guedo, detesta a fo lia e renega a máscara. Deus, qu e condena e castiga o pecado e as pa ixões qu e deprimem o homem, não pode DELEGADA JICISTA s uport a r qu e se promovam fes tas, que se p reparem ambientes onde pa ixões são dese ncadeadas, pecados co,metidos em a bundância. Dai a ra zão por que, pela voz suprema do Sa nto Padre, faz Deus o seu protesto, condena o carnaval , pro'ibindo a seus filh os a dele compartilharem. Os obedientes a essa voz s uper ior, devem com– bater tão grand e ma l social, que afeta os poderosos e os humildes. E o conjun to destem ido, nasci do da Igr eja, se lan ça nesse árduo tra ba lho, estimul ado por Ela pr ópria, que se cobre de lu to e se penitencia em desagravo das o f ensas cometidas durante êsse 13e– riodo de loucu ras. T rês úni cas armas são usadas nessa luta ; tr ês pr eciosos meios são nela emprega– dos : oração, ação, sacr ifício. Desta forma, entende-se como e oor qu e o carnaval provoca em todos uma fr eq uent e lembrança , fazend o esca par, por tôda parte, o seu nome qu e– rido por uns e desp rezado por muitos. Ca rn ava l I Carnava l ! São exclamações iguais na forma, mas div er– sas no sentido. Para uns representa maldade, a nima– ção, a legria ; para ou tros, lamen to, tr isteza, dor. A ninguem, porém, vibra essa pa lavra com um sentido tão dol oroso, tão profundamente maguado como ao Coração de Jesus. Pois que só Êle pode ap reciar cl aramente o ma l e a devassidão que o carnaval oca– siona nas a lmas, a q ue tanto ama. E outro sofrer pungente e doloroso O martir iza ao contemplar o in– diferenti smo com que é antecipado o tempo comemo– rativo de s ua Pa ixão e Morte. Assim en tre a completa adesão de uns; a ma ni– fe sta aversão de outros; e, ainda, a total indiferença de a lguns, o carnaval passa de um ano para o outro. Agora, façamos uma observação. Quais serão os mais felizes? Aqueles que, lançados na farça em– br iagadora, sentem no dia seguinte todo o vácuo que ela ence1ra, no gasto exagerado da saúde, dinheiro e, talvez, na perda de uma boa reputação, nas recor-

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