Quero - 1942

qu~ro 2 _ Belém- Pdrá - Br<1si 1 J. F. e. B. ·································································--············································································· , cruz por derrota. Foram bem sábios os hu– mildes . .. Pois, êsse Cristo, que fugira às acla– mações .de um povo ancioso por um chefe, que fizera o seu primeiro milagre cbmo reve– lando a contragôsto o seu valor taumaturgo, êsse Jesus, que se escondêra numa oficina, que se deixara prender e insultar, escolhia, justamente, essa hora em que a Cruz, já apa– relhada, não deixava nenhuma esperança de ' vantagens terrenas, essa hora em que a êfer– vescência popular reclamava, já agora, uma· vítima e não mais um libertador, para procla– mar, ante as togas romanas e os filactérios • ; judaicos, cioso de sua glória e de se~1 império: , Eu sou rei. Repitamos: seria a mais louca das lou– curas procurar uma brecha, uma falha, na vida, na atitude, nas palavras dêsse Cristo, que vi– veu sempre, tão làgicameóte ''a vontade de seu Pai". Tôdas as suas afirmativas foram corro– boradas pela ressurreição; todos os contras– tes de sua personalidade não se contradisse– ram; e a sua realeza, anunciada dentr~ dessa . · vida lógica ê impoluta, também na ressur– reição teve a sua pr9va, quando, como Êle próprio se dissera, se levantou sôbre a morte- o Deus no qual o príncipe das trevas não tem poder, o Igual aO' Pai, o Creador e Senhor do universo . Bem sábios são os humildes ... Para os orgulhosos, essa realeza, .que não asse n t-a s ô b r e a benevolência de uns nem se abala com o desafio de outros, há– - de pezar sempre como o inevitavel, o irretor– quivel, o necessári o, o absoluto . Não há fugir ao cetró onipotente. E o grito de desespêro : Venceste, Galileu! há-de vencê-los. Sim lhes trazer a calma . 'Mas, para os que compreenderam no Cristo a profundidade na simplicida?e, a e!er– nidade- no tempo, a ·divindade no humano, para ·ós que adorara'rn no Homen das dores o Deus do amor, essa realeza divina se faz dulcíssima misericórdia e êsse férreo cetro se transforma em báculo protetor. , . . . E pelos nossos caminhos , pedregosos e rudes , caminhos do mundo, caminhos do ' exílio, logo se afadiga o Bom Pastor .. . Ove– lhas ameaçadas , seguimos o cajado forte, do que não ma.is nos chama servos, mas amigos .. . Ao aprisco nos conduz e, na noite em que ressoam uivos ferozes, o Rêi . e Senhor se faz sentinela ... Pastor vigilante, porque os hómens o abandonaram, as guerras os estraçalham com prêsas de carnívoros ... Oh! Rei, vem a nós, como fôste à filha de Sião, mansíssimo e boníssimo; coloca - te à porta de nossos lares, nas •lindas de nossa pátria , que nós, depois de reconhecermos 0 teu direito de conquista, te entregamos por di– reito de amor ; faze de nossa pátria a tua pá– tria, de noss~s casas, a tua morada e, solícito, com teu olhar prescruta a noite ardilosa que nos envolve; e quando, Senhor, nos quiserem algemar co~o a escravos, lembra-te que sq_ a ti queremos pertencer : com um fuzilar de olhos ) prostra por terra os salteadores, oh! Divina Sentinela, como fizeste aos sequazes de Judas, no Hôrto das Oliveiras. 1:1.dena :l'.o.U4a, Pres. arq ._da J. F. C. de Belém J

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