Quero - 1942

'luero 16 J. F. C. B. Belém - P,ms - Br11sil .. , ....... , ..... , ................. .. ..... ............... ,, ...... .................... , ................................... , .............................. I Associasão Páraense de Professores Católicos José de Anchietá Ao Rvdmo. Pe. Theodoro, assistente eclesiástico da A. P . P. C. -..,A verdade, reu nir escritos vários do imortal José ,/ ""llf de Anchieta é uma dívida que o Bra5'I contraiu com tão ilustre vulto da história brasi lei ra. . 9. nósso estudo começa com ligeiros traços b1ográf1cos do veneravel Anch ieta. Rebuscando histórias, lendo aqui e al i, fon tes escassas qui:: nos chegaram às mãos, encontramos mais ou menos isto: em Guipuscõa, uma das tr ês províncias bascas da Espanha, en tre outras fami lias c·xistia a dos Gambôa e a tios Onãz. Entre êles fi– gurava Juan Perez de Loyola, cuja famili a assumira como herança a cheffa da facção dos Onãz, juntando– -se o nome Loyola. A' facção Onãz de Loyola, como vassalos, per– tenciam os Anchietas que eram nobres. · Em 1460, Urta'yzaga de Loyola casou-se com Martim Garcia de Anchieta, donde o parentesco en tre as duas famílias. Em 1 enerife, provavelmente em 1531, Juan de Anchieta matrimoniou-se com Meneia Dias de Clavijo y Llarena, natural de la Gran Canaria. Do casal nasceram três filhos : Tereza, Ana e josé - o apóstolo do Brasil.-Aos dezanove de Março de 1534, dia de S. José, veio ao mundo na cidade de S. Cris– !óvão da Laguna, capital da ilha de Tenerife, o nosso ilustre varão - José de Anchieta - que trouxe na fronte a atlréola dos predestinados. • Em Coimbra cursou a Universidade. A aplica- çao aos estudos, o talento literário distingui ram-no a tal ponto que, assim se expressa palavra autori– zada: Tal era larmonia, e dolcezza dei su compor re in versi latine era chíamato il "Canario". Vinda e permanência dJ fllnchieta no ~rasil Na frota de D. Duarte da Costa embarcaram em Lisboa, em 8 de maio de 1553, sete jesuítas rumo ao Brasil; entre êles vinha o imortal Anchieta. Chega– dos a S. Salvador (Baia) iniciou logo a tarefa de evangelização do gentio, nossos primitivos habitantes. Aí o temos no trabalho de "mestre, enfermeiro e pai", no afan P,rtmordial de catequizar o aborígene. Muitos foram os males a enfrentar; entre ou– tros, basta citar a antropofagia e a poligamia, a par I Reunir su s carias, seus escritos vários ... ê uma dívida que não admite moralória''. ( CapisfrGflO de Ahreu) da carência absoluta de recursos os mais comesinhos. Mas, trabalhar e vencer foi sempre sua única vontade, - mãos à obra e palhoça que os abrigasse servindo ao mesmo tempo de igreja, escola e hospital êle mesmo a construiu com palhas e paus arranjado~ de momento, encimando-a o sinal sacrossanto da Cruz trofeu com que sempre lutou e venceu . ' Sua pal avra meiga e persuasiva combatia e vencia os inimigos; para melhor se entender com os índios aprendeu-lhes o idioma, chegando a compor a primeira gramática do tupi-guarani. Foi o fundador da língua brasileira em nossas selvas tendo como livro a areia branca das praias como 'pena, o seixo ~ebil manejado c?m destresa_ ~ elegância incompara ve1s; por companheira a lua ebur– nea no doce! azul-escuro das noites tropicais a ilumi– nar a cintilação de miríades de pequeninos sois no– turnos . .. e o Cruzeiro do Sul como pálio protetor. Assim recolhido, evocando a proteção da V. Santíssima de quem era servo humilde, compôs um poema com 1742 versos à Mãe de Deus, escrevendo– '-os na areia e confiando-os à sua extraordinária me– mória, repr oduzindo-os mais tarde em S. Vicente. Sob a azulada abóbada celeste à sombra das matas, à beira mar, ·aos uivo~ das feras e ao ala– r ido festivo dos,selvagens converti dos, ê!le, como mes– tre paciente na escola improvisada decorada com pal– neis r eligiosos, mobilada de troncos rústicos à guis.a de bancos, Anch ieta escrevia na areia de um tabo– leiro as letras, que os discípulos ~epetíam em voz alta. E, assim cabe a Anchieta o lugar de primeiro mestre dos selvícolas brasil eiros, erguendo bem alto a Cru z - o monumento inicial da liberdade e O flore– jante lábaro civilizador do Brasil. Como fec ho ao nosso estudo transcrevemos uma quadra versificada do incomparavel canarino. Ei-la : Por qut tanto arruido? Si/êflciO, filhos meus! Escrevo e dito as letras, D, - E - U - S Os índios repetindo: DEUS 1•• • M aria Eea/ Uohoa Marlin 6 '

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