Quero - 1942

13 J. F. C. B. Belém - ParcÍ - Brasil ·········· .. ··············································································· ····················································· Valav~as à - minha filha ( Conclusão J proteger, de dedicar-se, de curvar-se sôbre entes mais fracos e desprotegidos. Deus concede aquilo que Êle determina: quis que a mulher fôsse mãe, e pôs-lhe no coração a irreprimível necessidade do dom total de si. E é por isto que, contràriamente ao egoísmo masculino, o egoísmo feminino é ano– malia particularmente antipática. Feita para amar e para se dar, a mulher "normal", aquela que nada deformou e que espontaneamente se abandona à inclinação da sua natureza, pro– cura instintivamente rehaver na vida, no ma– trimônio, nas obras de caridade, até mesmo na sua carreira ou na sua profissão, o papel de ' amor e de dedicação em que a sua natureza acha o alimento que lhe é próprio e a atmos– fera indispensavel à sua plenitude. Aí, sobre– tudo, é que a sua realização é perfeita: pro– duz um trabalho fecundo e exerce uma in– fluência profunda. "Não é uma diminuição para a mulher o viver em função dos outros, ou mais sim– plesmente, para os outros. A razão bem sim– ples disso é que ela realiza. assim, o seu destino. A igualdade. em virtude da qual pre– tendem assegurar-lhe as mesmas liberdades, os mesmos trabalhos, as mesmas funções que aos homens, bem pode agradar-lhe ao orgulho e atraí-la t1m in«ante pela ilusão duma con– dição melhor; mas, na realidade, não satisfaz às suas necessidades profundas e não lhe ofe– rece ensejo para realizar-se plenamente. "Pela sua tendência natural, diz Gina Lombr-iso, a mulher é 1 altruista ou, mais exatamente, altero– -centrista, no sentido de que coloca o centro do seu prazer, da sua ambição não em si mesma, mas noutra oessoa a quem ama e dt:: quem quer ser amada'' ( Cristãs e pagãs, M. Dutoit, Vice-Reitor da Fuculdade de Lille). Em vez de se sentir humilhada com as reivindicações 111asculinas ou com a inferiori– dade do "sexo fraco", a mulher, conciente dos seus verdadeiros interesses, deveria ser sempre ciosa des<;a superioridade que lhe dá sObre o homem ,1 aptid1io materna feita de intuição , de ternura ti de paciência, de fineza e de bon– dade, de inteligência das almas e de perseve- rança na dedicação, aptidão que, cultivada e adaptada à sua vida quotidiana, assegura à mulher uma influência profunda, específica e sem p:ir. Quantas espôsas, quantas mães, quantas irmãs , ou amigas, tornam-se senhoras das von– tades masculinas para fazer herois e santos, ou, ao contrário, miseráveis e celerados . O sexo forte submete-se frequentemente, por ins– tinto, a.o sexo fraco, quando êste se ·acha re– presentado por uma mulher de vontade forte, tôda inteligência, sabedoria, bom senso, ou, também, ao contrário, cheia de ambição, de orgulho e de ciume. Eva, desde os primeiros dias do mundo, induz Adão à desobediência. Agostinho é ven– cido pelas lágrimas e pela santidade de Mônica. Branca de Castéla forma a alma de S. Luiz, e Maria de Hohenzollern marca para sempre com o cunho das suas virtudes magníficas o nobre coração de Alberto 1, da Hélgica, o Rei ca– valheiro. A justiça humana, ante o mistério dum crime, diz espontaneamente: "Cherchez la fernme", procurem a mulher. A Igreja quando se gloria das obras de brilho de seus filhos também descobre, às vezes, mas em plano ni– tidamente oposto, uma influência feminina, cuío apoio Deus concede ao coração dos seus santos. Êle põe ·Paula e Eustóquia junto ao austern S. Jerônimo, que lh~s dedica a sua Vulgata; põe Santa Tereza junto a São João da Cruz para inicia-lo nos segrêdos mais ín– timos da vida de união e fazer dêle o seu co– laborador na reforma do Carmelo. Quantas co– laborad ras ainda hoje vivem à sombra dos . apostolados oficiais, apostolados da Ação Ca– tólica sob tôdas as formas, mulheres de tino e de energia, que sustentam as obras paro– quiais! Seria precíso nunca ter aberto os olhos sôbre o vai-vem da Rraça no íntimo das vidas dedicadas à obra de Deus, para não ter a justa estima pelo papel da mulh"er na Igreja. Sejam quais forem as tormas de ativi– dade e as possibilidades de influência da mu– lher fora do lar, é evidente que a forma mais ideal e mais sublime da dedicação para um coração feminino, é o dum da vida 110 matri– mônio e na maternidade.

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