Quero - 1942

quero Entretanto, co nstata -se que cada vez mais se afasta o mundo dêsses ensinamentos de Deus. A vida transforma-se de dia para dia em um poderoso se nhor, tirano, incansavel, ameaçador terrivel de todos os nossos momen– tos , que , pouco a pouco , vai e sc raviza ndo , egois– tamente . Sim ! É o quadro da noss a época . Qua– dro dêste século de movimento e ação, ern que todcs os instantes são poucos pa ra serem da– dos ao progresso mag nífico da ciência, ao de– senvolvimento fa ntástico dos diversos ramos industria is, e , enfim, .a tôdas as a tividades que a vida moderna exige de cada um . Quadro que, à primeira vista , parece de uma magnifi– cência inegualavel pelo cenário vrstíssimo de movimento e ação; mas que, na realidade, en– cerra um profundo vazio causado pela distân– cia imensa que separa Deus de todos êsses progressos feitos pelo homem . Pois, ao atirar– - se, êle, à co,:ciu:sta de seus in ve nto~, de s ua civilização, visÓu apenas o bem materia l, es– quecendo-se de que possuía um Deus e uma alma, cortando, desta forma, os meios pe los quais sàmente poderia "encher'' a sua vida e a maneira por onde poderia satisfazer o seu desejo de felicidade. E, assim , quando tudo é descoberto e conquistado, quando tudo é faci – lidade, quando o homem poderi a gabar-se de ter atingido o cume de sua capacidade de in– teligência, quando a vida deveria transformar– -se em um manancial de alegrias e felicidades, que sucede? Vê-se o mundo esmaga do por uma tragédia tremenda, vêm-se tôdas fôrças , aquelas fôrças que são o resultado da luta con– tínua a que se tem entregue a humanidade através dos séculos, a entrechocarem- se vio– lentamente, cpmo a bradar num grito dilace– rante que o homem nada vale, que êle jamais poderá realizar a sua maior aspiração que é a felicidade ; e que, em vez de se ter tornado o 10 J . f . C. B . Belém- Pará - Bra si l se nhor supremo da Terra, como amb icionara, tran sformou-se em vil e desorientado escravo das circun s tâncias da vida. É êsse o grande exemplo dos nossos dias . Que êle nos sirva, pois, de li ção'! Que nos in – duza a melhor observar o nosso viver para não nos dei xa rmos também levar por e ssa cor rente louca que tudo arrasta e separa de Deus! Que nos incite a procurar o ponto de apoio que nos !:>UStente no mundo, sem nos deixar cair e prender no mun do! Que adiante para nos mostrar mais clarame nte o vácuo con– tido em tôdas as glórias e vitórias que são ex– clusivamente hum anas e não possuem um cunho do divino e eterno! Que êsse exemplo nos sirva, ainda, para nos fazer medir os nos– sos momentos, pensar melh or que ê les não são nossos e não pertencem, apenas, aos nossos in– teresses. Pois, te ndo sido Deus que no-los con– cedeu, devem ser empregados de forma que, ao se prestarem às nossas necessid ades mate– riais , sirvam, sobretudo , para a glória de Deus e salvação de nossas alrn 'as - único fim para o qual foi feita a creatura. E, assim, com essa reflexão serena, ha– veremos de agir com mais acêrto e saberemos ava liar, melhor, o verdadeiro viver, tra nsfor-– mando todos os nossos in stantes, tôdas as nos– sas pequenas e grandes ocasiões, calmas ou agitadas pelos diversos labores do nosso tra– balho, em um dever de estado bem cumprido que possa um dia merecer diante do Juiz Su– premo, que o julgará, a recomp e ns a e terna destinada àqueles que sabem consagrar a Deus todo o seu tempo, fazendo das pequenin as ações, dos atos humildes, dos ~llc rifício~ escon– didos, do trabalho e do es fôrço contínuo, um hino perene de louvo r a Deu ·, verdadeiro ca– minho da salvação. YrlaJúa :leo.n,w,, ik4,f<,ejji Delegada JICISTA

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