Quero - 1941

• • I 7 J. f. C. B . Belém- Pará- Bras il u G"nOETA é aquele que sabe J descobrir um aspecto in– teressanté num objecto vulgar", disse Grethe. Podemos dizer que·: homem espiritual é aquele que descobre um aspecto divino no mais insignificante ohjecto. .Peq11enas Tomemos, por exempl o, um santo: qualquer realidade o leva a pensar em Deus e o conduz para Deus. A umaal ma vulgar nenhuma realidade O revela. ' coisas Uma vez Deus encontrado– será passivei não O encontrar, por tôda parte e sempre? qtte- Feliz o que sabe levantar os ve u s da realidade quotidiana e aí desc brir Deus. E' uma porfia insensata que– rer reduzi-LO ao que chama– mos grande, a Êle, Que não adopta as nossas medidas e não estima nas coisas senão a Sua glória, que em tudo res– plandece. sao "Quasi tudo provém de quasi r ada", escreve Amiel. A medi– cina moderna tende a estabe– lecer que nossa vida depende menos, q u ~ n to ao funciona– mento, de órgãos muito gran– des que da secreção regular gratt~es , de certa·s glândulas, às vezes minúsculas. Assim, a vida mo– ral e a vida espiritual dependem mais de elemen tos secretos e, em aparência~ mínimos, que de acções importantes e exterio– res. E, ainda , quanto a estas, é · preciso tomar conciência do que elas pesam em relação às linalidades da vida e de como Deus as jul ga na Eternidade. Nada é pequeno qu a-ndo possui o germen do infinito, e tôdas as acções que tendem para Deus o possuem. (Segundo Sertillanges) Já observámos na natureza que os acontec imentos mais co– muns são os que co!ltêm mais alta doiie de mistério · encon- ' tramos essa lei na nossa vida, quando rios aproxi mamos do mistério vivo. As grandes acções são especiais e raras em demasia para nos porem em con– tacto, eficazmente, com a nossa origem; têm muitas características humanas; dependem muito do tempo e, por isso, nos afas tam do que é eterno. E' apreciando cada momento como um va lor de "fundo '' no desenrolar de nossa vida, e, não, fazendo ressaltar com brilhantes côres I:! hora excepcional , que melhor preparamos o nosso progresso e triunfo. Na unidade de nossos sentimentos do– minantes, todos os nossos dias errantes se pa– recem : onde encontrar uma superioridade que não tenha princípio nêsses mesmos sentimento , levando em conta a abstracção de seu objecto? A vida moral é uma arquitectura, cujos materiais são os acontecimentos diários : com os mesmos materiais edifica-se uma barraca, uma tabern.a ou ·um templo. A -vida moral é um gesto de con junto , onde se englobam movimentos utei , pequenos, grandes, à tôa· e vãs agitações barulhentas . Po– demos ser o operário que ajusta uma peça, um bloco, ou assemelhar-nos aos símios "que estão ·sempre fazendo alguma coisa e, no fim, nada fizeram ." ( Abel Bonnard ). 0' eternidade, para a qual seguimos! Não caminhamos para ti , ordinariamente, aos saltos ou por largas passada heroicas, mas a passo pequeninos, alongados pela nossas esperanças!

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