Quero - 1941

12 J . f. C. B. Belém- Pará-Brasil A NOSSA LINH.AGEM, CRISTÃ II Como -são belos os caminhos da virtude, que não teme seguir os passos dos que erram, para os trazer ao Bem ! Adelaide Cini - alma forte , p~ra, ardente- curvou se sôbre as .almas pusilánimes, pecadoras, decaídas, como um raio ADELAIDE C!Nl de sol sóbre pântanos e trevas. E como o raio de sol - sempre pura e sempre luminosa-acendeu estréias nos pântanos e au rora nas tre1 1 as. • - ----• A pequena ilha de Malta é honrada não· só por um clérigo, o veneravel Inácio Falzon, e pela veneravel monja beneditina Adeo– data Pisani, mas também por urna senhora do povo, a veneravel Adelaide Cini. Corno décima terceira . dos filhos dum abastado cidadão de La Valetta, nasceu ela aos 25 de outubro de 1838. O pai era pro– prietário duma padaria e dum arrnazern de fa– rinha de trigo. Na família reinava um ótimo espírito cristão; todos os dias, ao entrar da noite, reüniarn - se os filhos e empregados para a oração do rosário. Adelaide desejava dedi– car-se a Deus num convento, mas, ante os pedidos do pai que já era idoso e po r se te– rem casado todos os demais filhos, desistiu ela por ora do plano. Entr etanto dedicava-se à juventude feminina, ensinando a religião e exortando à frequencia dos santos sacramen– tos. Depois da morte do pai pediu entrada em diversos conven tos, mas em vão. Concluiu disso ser a vontade de Deus, que permane– cesse no rnun.do empregando suas fôrças na salvação de almas infelizes. Em consequencia do grande movimento de militares reinava na ilha uma moralidade afrouxada. Por isso, Adelaide desejava tor– nar-se a salvadora das pobres pessoas de seu sexo. Ela não receava de procurar as infelizes vítimas do pecado, falando-lhes e exortando– -as à conversão. Dispondo duma grande fôrça convincente, conseguiu em muitas uma con– versão radical. Valendo-se da fortuna deixada pelo pai e auxiliada por um rico indiano, João Asphar, que se estabelecera na ilha, ela_cedeu a muitas dessas pobres mulheres os meios ne– cessários para um casamento honroso, ou co– locava-as num ernprêgo onde os bons costu– mes corressem menos risco. Tempos depois, Adelaide adquiriu a casa paterna e transformou -a num as ilo para órfãos e mulheres decaídas, denominando- o l"nstituto – do Div ino Coração de Jesus. Na administra– ção desta casa era auxi liada não só por al – guns eclesiásticos, mas, também. pelo seu irmão Paulo e outros parentes. Habilidade extraor– dinária demonstrou era como organizadora e direc tora dum ins-tituto com hospedes tão du– vidosos. O grande poder sôbre os corações é, sem dúvida, devido antes de tudo ao seu amor despretencioso e dedicado. Assim como o Bom Pa"stor, séguia ela as ovelhas perd idas, muitas vezes com risco da própria vida, fazia pre– sentes e promessas para atraí- las para fora dos covís do vício, visitava todos os lugares da ilha, as prisões e hospitais para encontrar as infelizes vitimas . Colocava em boas famí lias mu i tos filhos órfãos ou ilegítimos, ou encar– regava-se mesmo do sustento dêles. Todos os meios empregava a veneravel para tornar a estada no instituto a mais agra– davel poss ível, consti tuindo o centro de tudo os exercícios espirituais. Ninguem era capaz de res i stir aos seus insistentes e cordiais con– se lhos. Ela mesma vivia comÓ a mais morti– ficada reli giosa; diariamente : meditação, Missa , Comunhão, penitências; anualmente, retiro es– piritual: fazer tudo sem compensação terres– tre era para ela coisa evidente. A chave dêsse amor heroico para com o próximo devemos procurar na devoção ao Sagrado Coração de Jesus, sua devoção predi lecta. Bem cedo con– sumira ela suas fôrças na lida pela boa causa, morrendo em 28 de março de 1885. Em 1910, o Santo Padre concedeu a essa heroína da caridade o títul o de "veneravel " . Depois de sua morte foi confiada a sua instituição aos cuidados das Vicentinas .

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