Quero - 1941

J . f . e. B. 6 Bel ém-Pará- Brasil ~~ ............... __...,_......_._.._...,._....,,..._._....,..,,,._.. _ _.... -, ....... ~~~ Gittineu ~ ALVÁRIO acima, pa lmilha ~ o Divino Mártir a Rua da - Amargura. Aquele povo que, cinco dias antes, O recebera com " HOSA– NAS AO FILHO DE DAVfD! BENDITO SEJA O QUE VEM EM NOME DO SENHOR!" e estendera seus mantos para que Êle passasse, tinha gritado diante do Pretório de Pilatos: "Fora, não lhe reconhecemos a realeza; crucifica-O, ou és ini– migo de Cesar" , e, agora, acompanha-O com imprecações, insultos, blasfémias e ameacas. Uma algazarra infernal. , E Jesus c~minha ... Dificilmente, se reco– nhece nÊle o profeta que tinha dado vista aos cegos e curado leprosos e que, havia dias, re s– suscitára Lázaro. Nada resta do menino genti l do Egito, nem do formoso adolescente de Na– zareth ... E' um farrapo humano . Cançado, enfraquecido, oprimido de dor, cai por terra uma, duas vezes... As feridas reabrem a cada puchão dos algozes e o sangue jorra em borbotões de cada vez que, desfale– cido, o pêso da cruz O faz cair sem amparo. Temem os carrascos que não chegue ao lugar do suplício; por isso, não por compaixão mas para não se pouparem ao feroz prazer de ve-10 nos estertores da agonia entre dois la– drões, procuram alguem que O ajude. Felizmente, há ali um que não faz nada : é Simão - o Cirineu, o qual, calado, acompa– nha talvez indiferente ou entre medroso e pe– nalizado aquela cena tumultuosa. Sem saber como, ei-lo arrastado ao meio da multidão e antes que volte a si da surpreza, obrigam~ -no a ajudar a carregar a cruz de um dos sen– tenciados. Não sei que sentimentos terão sido os do Cirineu naquele instante. Acaso terá pensado: " Por que eu e não outro é o escolhido para a tarefa?" Sei , entretanto, que assim aconteceu Leonice SOUSA Delegada jocista porque Jesus quis e assim o determin a ra._ E na sua imensa caridade, por certo tornou o peso leve e suave .. . Mas não foi apenas só para descançar uns momentos que Êle quis ter quem O aju– da sse. Não ; Jesus, nosso Mestre., quis nesse p~sso dar mais uma lição a nós, ·seus . fil~~s tão ingratos, e pen sava em mim e em ti, m11I– tante da Acção Católica. Ao redor de nós, quantas almas vergand_o ao pêso da Cruz e quantas outras que a ati– ram para longe de si à falta de alguem que as ajude . . . Quantas companheiras amigas e mesm? .na nossa família - criaturas implorando aux ilio: esta, uma palavra de confôrto; aquela , um ges:o; outra uma suave censura . ..· pa ra cobrarem for– ça , para recuperarem o ânimo .. . Se quisés s~– mos se r Cirineu ! . . . mas somos por demais ego ísta , sobremaneira comodistas. Aprendamos a li ção que nos deu J e sus _no cami nho do ·Calvário e, de boa vontade, aJu – demos estas almas , remidas também pelo san– gue de Cristo e predestinadas ao Céu mas que talvez lá não cheguem se não e ncontrarem no <.:aminho um piedoso Cirineu. E, quando depois de termos ajudado o nosso próximo, a nossa -Cruz pezar também e estivermos prestes a c::iir desfalecid as, sem amparo, supliquemos a J esus, "q ue não se deixa vencer em generosidade'', e Êle virá va ler-nos e será Êle próprio o nosso Cirin eu.

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