Quero - 1941
20 LEITURAS MISSIONÁRIAS 1111 .T O DOS A (Continuação) Apliquemos ês'te princípio geral ao caso particular das missões e veremos que a oração é essencial pa ra converter as almas. E' uma verdade incontestada que, por via ordinária e por disposição do próprio Deus, se requere o trabalho do homem para a conversão dos in- . fieis. Mas requere-se apenas como uma prepa– ração para receber a graça, a qual vem de Deus e se deve impetrar com a oração. O homem é o in trumento nas mãos do Senhor, mas de nada vale o seu trabalho se a êste se não jun– tar a acção interior da graça. "Os pregadores evangélicos podem esfalfar-se e desfazer-se em suor, podem dar a vida para trazer os pagãos à Religião Católica, podem usar de tôda a in– dústria, de tôda a diligência e de todos os meios humanos: tudo isto de nada valerá, tudo cairá por terra se Deus, com a sua graça não tocar os corações dos infleis e os não atrair a si" . Portanto a fecundidade do apostolado· de– pende unicamente da graça. "Nada é o que planta nem o que rega, mas Deus que faz cres– cer" ( 1 Cor., III 6) Esta graça devemos nós implora-la CIJm as nossas preces. Imitemos Moisés a orar no monte Orebe que, com a sua oração, alcança para o seu povo a vitória sôbre os Amalecitas. Demos todos à obra evangelizadora o auxílio da oração, "êste quasi alimento das missões''. Uma objecção - - Talvez alguem se escan-– dalize se falarmos do financiamento - como hoje se diz - das missões e se juntarmos dois termos que não se casam: a fé e o dinheiro, a coisa mais sub Iime e a coisa mais vulgar. Talvez objectem que as almas não se compram com ouro, que os Apóstolos, mandados por Jesus Cristo à conquista do mundo, eram pobres, etc. Se nós falamos de meios materiais, se pedimos o contributo dos fieis, para a obra apostólica, não é para dar excessiva importân– cia ao dinheiro "como coeficiente da conversão dos pagãos", é para termos o mínimo de meios materiais que são precisos para o feliz pro– gresso das missões. J. f. C. B. Belém-Pará- Brasil .... ~ ,AI._ ÓSTOLOS! Pe. Guilherme MENCAGLIA 11111 . Tornamo!S a repetir que a conversão das almas é obra essencial da graça de Deus. Mas acrescentamos que foi Nosso Senhor Jesus Cristo que associou os homens à obra da Re– denção. Portanto, se na obra da Redenção entra o elemento humano como meio ordinário para a aplicar, daqui se segue que são precisos meios humanos para levar a bom têrmo a conversão do mundo. Porque os homens não podem es– piritualizar-se a ponto de não terem necessi– dade do que é material. Além di_sso podia provar-se fàcilmente que os primeiros Apóstolos aceitavam as ofertas dos fieis par-a as suas necessidades pessoais e do apostolado, que o próprio Jesus Cristo não des– denhou os auxílios de alguma mulheres pie– dosas. Leia-se o Evang~lho, os Actos dos Após– tolos e as Epístolas de S. Paulo. Assim também, os missionários, em todos os tempos, se serviam de meios materiais. se– gundo as necessidades e segundo as circunstân– cias, para bem se desempenharem da sua missão apostólica . Até o mais santo dos mission ários modernos, S. Francisco Xavier, contava com os meios financeiros dados às suas missões pelo Rei de Portugal e por outras pessoas e lamentava que, "por fa lta de socorros tempo– rais, os que trabalham no estrangeiro abando– nem o espiritual." Por que são precisos os meios materiais– Mas afinal a objecção, inteiramente especiosa, cai por si, se considerarmos as coisas ·como elas são na realidade, A educação dos aspi rantes missionários, durante um período que não é pequeno, acar– reta para os diferentes institutos despesas muito grandes; as coisas qu~ ~m mi~sionário deve levar consigo para a m1ssao, a viagem -- pensai no preço duma viagem para a Chi.ia ou para a Austrália-não se paga com um simp les obrigado aos fornecedores e às Companhias de Navegação. (Continua)
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