Quero - 1941

17 J. F. C. B. Bel ém- Pará- Brasil A NOSSA LINHAGEM CRISTÃ li ♦ MADRE MARIA DE JESUS Os mártires da Ig reja continuam a trazer o exemplo de sua generosidade até os nossos dias. Sto. Estêvão - o primeiro mártir- pedia o perdão de seus assassinos; o mesmo brado de amor irrompe de l\Iadre Maria de J esus, 19 séculos decorridos . .. E M 27 de fevereiro de 1884, um anarquista · penetrou no jardim do convento de La Servianne, e_m Marselha , e precipitou-se sôbre a superi o ra Madre Maria de Jesus e uma sua companh eira , ferindo a ambas com cinco tiros de revólver. A superio ra caíu ensanguentad a. "Perd ôo– -lhe. Tudo pela obra!"-foram r.1 s últimas pa– lavras que profe riu . O assa si no havia consu– mado essa acção torpe com fr ia refle xão e puro ódio à Igreja . Isto se dedu z claramente da carta que poucas horas antes tinha escrito a um jornal anarqui sta , participan-do-lhe seu intento. O infeliz, por certo, não imaginava como sati s fazia an- desejo mais íntimo da vít ima. Sofrer pelo ::,alvador, derramar por Êle seu sa ngue, era o que .j\'\ a ria Caro lin a Delui l– -Martiny desde a infância almejava. Quantas vezes tinha oferecido ao Salvador sua vida em expiação pelas muitas acções pecami nosas da frivolid ade e da descrença ! Pouco an tes da mo rte sangren ta ti nha escrito: "Quão profunda dor nos sobrevém em presença do ateís mo sem pre crescente dos nossos tempos e dos sedutores tri unfos das sociedades anti-cristãs! Oxalá pude se sanar com meu sangue essas afrontas à Div ina Ma jes tade!" Era isto que, Quem poderá duvidar da eterna juventude da Igreja Católica ?! pela sua magnanimidade, tinha como fim de sua vida: satisfazer ao Salvador pela ingrati– dão do mundo. Por isto, após mad ura refle– xão, auxili ada por P. J. Calage S. J., fundou a associação das " Fil has do Coração de Jes us", cuj o fim deve ria ser o amor recí proco repara– dor ao Cora ção de Jesu s. Êste fito, antes de tudo, deveria ser alcançado pe la imitação do sace rdócio espiritual da Mãe Dolorosa . Como fim particul ar con siderava a associação, além disso, a oração cons tante pelos sacerdotes, porque do entus iasmo deles depende a maior parte da glorificação de Jesus Cris to. A primeira casa da associação const ruiu– -se em 1873 em Berchem, um arrabalde de Antuer pi a. A idéa da obra reparadora ti nha en contrado boa acei tação junto ao ca rd e a 1 Deschamps de Ma ti nas e Monsenhor van den Berghe. Den tro em breve pôde a fundadora rea lizar o seu plano também na pátria. Já há mu ito tinha oferecido a sua vontade inteira– mente a Deus e o Senhor aceitou de bom grado o ofereci mento. A sua morte trágica chamou a a tenção do mundo sôbre a vida culta e suas virtudes, conquistando para a sua obra a bênção do céu e o auxílio de muitos amigos. O pro– cessa de sua beatificação, iniciado em 1908, terá com certeza resultados satisfatórios .

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