Quero - 1941

esquecer que "somos membros uns dos outros, no corpo místico de Cristo, e que. se num lugar qualquer alguem sofre, seja qua l fo r sua co n– dição, raça ou profissão, " todos sofrem com êle". O mundo precisa de nós para o PE sA– MENTO porque, se há uma parte de determi– nismo ao qual estamos sujeitos, há, também– graças a Deus - um parte de li b e rd a de qu e permite ao homem imprimir ao mund o esta ou aquela direcção. E é para dar êste impulso que o cristãos t~rn obrigação e necessidade capital de "estar presentes'' para irnbuirem de v_ida cristã tôda a cultu ra e todo o pensa– mento do mundo, afim de que a his tória da humanidade se amolde em jus tas noções. Pois é o pensamento, mas o pensamento que não se separa da realidade, que origina, desen– volve e leva a cabo os grand es mov imentos da História. - Ainda mais: actualmente, o pensador cris- tao tem um lugar na comunidade. É êle que deve estabelecer e, em seguida, conservar a in– dispensavel. hierarquia de valores espirituais. Se, como disse Leibnitz, "há moral no físico e no científico, como há material, matemático e técnico no espiritual e até na caridade" · . , e preciso, entretanto, assegurar as necessárias distinções para dar outra vez a primazia ao espírik>, porque é o espirito que nos salvará. Pesquizando todo o pensamento que se esforça por trazer ao mundo um novo tezouro seja a descoberta científica ou a creação artís~ tica; desde o progresso material e moral das cidades ao entendimento entre as nações; no trabalho dos filósofos, como nas descobertas dos místíros, não há nenhum domínio-excep- . , tuando o do pecado-que este1a vedado ao pensador cristão, porque, em todo o creado . , êle percebe anceie,s de vída que só se podem realizar atravez dele; ouve queixas, que só êle pode consolar; por isso, írá a tôda parte, para animar a mecha que já fumega e para derramar a 4 J. f. C. B Belém- Pará- Brasil ., _ ....,,....._.._~~ -- água baptisma_l sôbre os que aportam à vida. É preciso estar presente no mundo por– qu e lhe pertencemos pelo 11osso primeiro nas– cimento e porque tern os missão - de sal va -' lo, pelo nosso segun do nascirn ento. Estreitamen te solidários do lodo , por um e outro lado, somos responsa veis pelo lodo, por sermos membros dêsse grande corpo, que é a Igreja. Aqui, tudo se agarra , mais intimamente mesmo que os nervos à nossa carne. Não somos uns isolados no mundo : de– vemos conceber a nossa existêncic:1, organi– niza-la, vivê-la, corno urna vida de membro; tôdas as manhãs, quando a oferecemos a Deus, faça mos êste oferecimento corno um membro preso a um gra nd e co rpo - qu e é a Igreja do Cris to. É esta conv ição que alimenta a cons– tância de nossa presença no mu nd o - _e t~da _ . · · tra O corpo inteiro. a deserçao e um crime con Ah! frequen temente, acusamo~ os outros de não serem bons , de não serem Justos ne_rn since ros de agirem com má fé. E nós? Nao terá sid~ a falt a de nos s ::1 ternura , de nosso auxílio de nossa oração . qu e, precisamente, deu m~t ivo a esta atitude ? Seri a mais salu– tar form~ lar-nos esta pergunta. Estávamos au– senles, e O qu e podí amos e devíamos levar– -l hes, ninguem lhes deu. Cada falha nos ou– tros corresponde a urna falha em nós. Em redor de nós, sofrem corações qu·e ninguern sus tenta ; perdem-se vidas porque nin– guem lhts descobre o esplendor. Logo, devemos escolhe r os meios . pelos quais podemos se r uteis e fi eis ao mundo. Mas, não nos equ ivoq uemos : não é ne– necessário mistu rar-nos à multidão, tra balhar– mos num escri tóri o ou numa fábri ca para as– segurar esta vita lidade ao mundo. Há e devem haver dive rsas fo rmas de presenças: o essencial é e tar inlegralmenle presente.

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