Quero - 1941

• • Convençamo-nos ... -E' necessário e ur– gente que os católicos se compenetrem da obri– gação comum e da responsabilidade que todos têm na propagação da Fé: é preciso, portanto , · ilum ina-los, com uma activa e adequada pro– paganda, acêrca dêste tão importante dever. O Santo Padre Pio XI, considerando êste dever como uma das principais bases sôbre que as– senta o problema missionário, trata dêle num dos dois pontos da admiravel encíclica por nós muitas v:ezes citada . O primeiro ponto re– fere-se ao reGrutamento de um "número muiío maior de operários evangélicos ... para mandar para as imensas regiões ainda privadas de cul– tura cristã", e o segundo fala "duma melhor compreensão do dever que obriga todos os fieis a cooperar numa obra tão santa e fru– tuosa com entusiasmo e fervor, com a fôrça da o;ação e com a generosidade." Persuadamo-nos de que do conhecimento, ou melhor, do cumprimento dês te dever ~e. apos– tolado, que obrigá in solido todos os he_1s, de– pende em grande parte o futuro das miss ões, pela simples razão de que elas,_para prosp~ra– rem têm necessidade de possu1rem nos pa1ses cató 1 licos uma base segura de fornecimento , tê1_11 necessidade do concurso de tôdas as fôrças vi– vas e activas da Igreja, fôrças que operam har– monicamente para o mesmo fim . q ?vanço ~a conquista no mundo infiel progredira na razao .., directa do empenho que todos tiverem em _for– necer essa mesma conquista. e, por consegumte, a salvação das almas estará em pro~orção com o n,osso zêlo em procura-la . Por isso, se o nosso concurso pedido por Deus para ,efectuar a salvação das almas, fôr inadequ ado a grande e imensa ·necessidade, daqui ,resulta que, p~r preguiça ou falta de zê lo da n~ssa par_te, m~11 - tos hão-de ficar privados da Fe e da salvaçao. C AP ITU LO II Diversas formas de cooperação Quem ajudar o apóst~lo terá a mercê do Apóstolo. l:';vnngelho A ORAÇÃO Recordemos .. .- A qua lidade de catól icos impõe-nos o conhecimento do problema mi - sionários : nen h u 111 católico pode licitamente ignorar um dos problemas m tis graves e mais 23 J. f. C. B. Belém-Pará- Brasil importantes da Religião. Esta mesma quali – dade impõe-nos o dever de concorrermos todos para a solução de tão importante problem::i, pôis se trata duma causa comum. Como, em que medida -devemos concor– rer para esta solução? Eis-nos na parte prática do problema . Vamos expor as principais for– mas ou modos de cooperação, ,em outros ter– mos, vamos falar de diversos meios com que se auxilia a propagação da Fé no mundo. Cada um verá aqueles que mais convêm à sua condição, à s suas possibilidades. O im– portante é _persuad irm0 -nos de que concorrer, da maneira possível a cada um, é para todos uma obrigação rigorosa. Recordemo-nos de que duas actividades, operando simultânea e harmonicamente, con– correm para a vitória : a do exército qu e com– bate e a dos que, na retaguarda, fornecem o necessário. Agora vamos falar da oração que é um dos meios possiveis a todos sem excepção e é, por isso mesmo, um dever para cada um indistintamente. E' o que diz Pio XI na En– cíclica Rerum Ecclésiae : " E' facil compreen– der que, não faltando a ninguem a possibili– dade da oração, todos têm na mão êste au– xil io e êste quasi alimento das missões ." Necessidade da oração-:--Além disso a o ração pelas missões foi-nos imposta por N. Senhor Jesus Cristo quando nos ensinou a di – rigir ao Pai que es{á no Ceu êste pedido : " Venha a nós o vosso Reino" e quando nos mandou pedir "ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe" (Mat. IX, 38). Portanto, como se vê, é o próprio Jesus Cristo quem proclama a necessidade de orar- • mos pela propagação da Fé e nos impõe a a todos êste· dever. Até mesmo a oração li– túrgica, pelo menos ~o espírit_o _que a ani~a e na intenção da lgre1a, tem vanas refer~ncias a êste respeito. E Pio XI, na já citada encí– clica, recomenda, para o mesmo fim, a oração que torne a consistência du~ costume e dum uso es{avel t: contínuo. A necess idade da oração revela- se pela sua própria natureza e pela eficácia com que o mesmo Deus a dotou. Por via ordinária, Deus· não concede as suas graças, os seus fa– vores senão por meio da oração. "Pedi e dar– -se-vos-á" (Mat. VII, ?)- (Continua)

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