Quero - 1941
eleva e diz: "Bemaventurados os que choram!" E a paz se estende sôbre tod os! Saibamos pois nos refugiar na miseri– córdia divina , e lançar a nossos desapareci– dos olhares menos repletos de lágrimas que de esperança. Não ouviríamos, da parte deles, crueis censuras, se pudessem falar ; censuras se– melhantes às que Jesus dirigia a seus discí– pulos por causa da promessa de um novo en– contro : "Se vós me amasseis, vós vos ale– graríeis com a minha ida para o Pai." (João 14.28); e ainda : "Eu vos reverei e vosso co– ração se alegrará . " (João 16.22) O grande obstáculo à nossa alegria , às horas negras das separações , é muitas vezes nossa falta de fé; mas êle se duplica, neste caso, com a nossa fa lta de esperança. Não esperamos , com alegre convicção, a ressurrei– ção dos mo rtos. . A espera deste acontecimento supremo f!ca num vago subconciente; não é uma rea– lidade viva, capaz d e a judar-nos poderosa– mente. Nós temos sempre '' olhos de toupeira" quando consideramos os esplendores do mundo invisível , êstes esplendores não são para nós realid:ides . Co nhecemos nós estas maravilhosas pro– messas? Êle aniquila a morte para sempre ; O Senhor, o Eterno enxuga as lágrimas de tôdas as fa~es . Que os mortos ressuscitem! Des pertai e vibrai de alegria, habitantes do pó! Pois o orvalho é um o rvalho de aurora. "E a terra restituirá à vida seus defun– tos ." ( Isaías 25 .82 e 26.29) "O corpo é semeado co rruptivel; êle res– suscita inco rruptível. O corpo é semeado desprezivel: êll! res– suscita g lorioso. O corpo é semeado enfêrmo; êle ressus– cita cheio de fôrça. O co rp o é semeado corpo anima l; êle res– suscita corpo espiri tu a l. " ( I Coríntios 15.42-43) Que frémito de alegria, a esta hora, quan(.)o, após a inumação, no pó, os ossos quebrad os se encontrarem, quando os ossos quebrados se alegrarem, quando a carne cor– rompida se levantar bela e imortal. 7 J. F. C. B. Belém-Pará- Brasil Não deveríamos nós, perto de um caixão que se fecha , no momento em que a terra ou a lage esconde de nossos olhos o esquife de um ente querido, evocar êste instante, êste ins– tante extraordinário, em que a glória e a luz revestirão seu corpo ressuscitado? "-Despertai e vibrai de alegria, habi– tantes do pó, pois o orvalho é um orvalho de aurora!" Nós constatamos, no Evangelho, que N. Senhor chorou perto do túmulo de Lazaro, vendo chorar Maria; mas nós notaremos que suas lágrimas corriam afim de restituir a vida. Foi então que êle exclamou com voz forte: "Lazaro, levanta-te!" (João li , 43) e o morto saiu do túmulo. Quando a viuua de Nain chorava , se– guindo o corpo de seu filho, Jesus lhe disse: antes de ressuscita-lo: ''Não chores!" (L 7. 13) O cristão seca o pranto. A esperança da ressurreição futura deveria secar as lágrimas . Jesus se inclina com amor perto de cada um de nossos corações enlutados, e nos diz tam– bém: "Não chores! Espera! Espera!" E já , pela fé, deveríamos viver com a segurança que essa mãe recebeu e que secou suas lágrimas . "Jesus restituiu-o à sua mãe." ( Luc. 17.15) Êle nos restituirá nossos bem– amados. No seu terceiro milagre de ressurrei– ção, o Mestre pediu ainda que parassem os soluços sempre em vista da mesma esperança . " Por que fazeis barulho ( la mentações seguind o o uso oriental), e por que chorais? disse Êle entrando na casa d e.Jairo. Depois acrescentou: "A criança não está morta, mas dorme'', e res– tituiu-a viva a seu pai e a sua mãe. ( Marc. 5.35.43). Não mais lágrimas, sim a vida! As lá– grimas enx utas na esperança da vida· imortal. A vida deve ser sempre colocada ~erto da morte. A morte é uma viagem para uma vida maravilhosamente esp lendida, e é por isso que o Senhor declara: "Eu sou a ressurreição e a vida." (João li , 35) E adiante proclama: "Eu estava morto e eis-me vivo pelos séculos dos séculos" {Apocalypse 1.18) Assim, pois, cada um daquele!,; que nós choramos, e que são salvos pelo sangue do Cordeiro, l.Onduzidos por Êle às fontes da vida (Conclui na pdgina 19)
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