Quero - 1941

J. f. C. B . Belém- P,ná- Bra sil mo.eidade tem tumo. e d,em f.La/f ILtAMOS, há dias, transcritos dum diário do Sul,' reparos amargos sôbre a atitude da mocidade, de ce rta mocidade, que, nas ruas, nas praças, nos tea tros, nos templos, pll rece ufanar-se em estadear uma insolente ind ife– rença por tudo que a sociedade, a tradição, a crença ou a piedade exigira m como n0r– mas de bem viver e de ordem, quer no mundo material, quer na esfera moral de nossas relações de civilizados. Grifemos logo, para afastar objeções, que se não trata da mocidade tôda; seria negar a evidência não reconhecer que uma juventude, verdadeiramente jovem, entus iasta e pura, generosa e mortificada, trabalhadora e otimista co n tras t°a fortemente com essa outra juventude, que de juventude só possui os poucos anos de existên cia, sendo, pela insensatez, inuteis crianças e , pelo ceticismo , pela malícia e pelas paixões, corações enve– lhecidos e agitados. Apresentava ainda o mesmo tópico do jornal, como remédio para essa desordem , a intensificação da cultura gera l. De fato : um moço culto- e entenda se: cultura não significa apenas saber resolver equações e ter de cor centenas de datas históricas - u111 moço culto, isto é. educado de modos, tanto quanto esclarecido no intelecto, teria pê ju de fazer um gesto, sequer, menos digno e menos nobre. A sua educação ser-lhe-ia in– superavel obstáculo para as ações que, hoje , sem o menor veu de pudor, moços e moças praticam ante o olhar estupefacto e escan– dalizado dos que veem no Homem a crea– tura feita à imagem e semelhança de Deus. Ser honesto de costumes e ser fidalgo de maneiras é condição elementar para um HELENA SOUSA membro de qua lquer sociedade, median a– mente civilizad a. Mus, o que mais deve preocupar os que os tentam com tristeza nesse deplorave l relnamento de atitud es, é a causa do mal , cnu . a bem mai s fund a e bem mai s grave que: a ausência de cu lturn dessa mocidade que, ::.e às vezes estuda, não mais reflete nem medita . O que falta a essa mocidade icon o– cla sta e sarcástica é a Vida. Sim. Essa nos. u pobre e velha mocidade agita-se, grita, cri – tica, pavoneia-se, destrói , dá gargalhadas e descrê - mas não vive. Essa nossa mocidade barulhe~ta e se n– sual esqueceu-se que um jovem pode ter a fronte grave e os lábios sorridentes, o rorte altivo e o espírito hum il de, sem perde r na viril seriedade dos que pensam a espon ta– neidade e a graça dos corações em fl or.· Essa mocidade doidivanas não tem d a vida senão um conceito superficial e egoista; falta-lhe. a vida intensa do espírito; nun o 1 entra em si, nunca ouve o s ilêncio - que é a pátria das almas grandes e o laboratório das grandes idéas. E, nesse agitar sem fecundid!lde, se rn beleza e sem calma a nossa mocidade passa pela vida sem rurr.o e sem paz. Ah! se a nossa mocidade vivesse um a vida cristã! Se a nossa mocidade tomasse por chefe o Cristo que di sse ao jovem: tom a a tua cruz e segue-Me! Acharia o rumo - porque °Ê le é o Caminho. Acharia a paz - porque °Êle é a Verdade.

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