Quero - 1941

guma coisa mais é exigida, imperiosa– mente: as luzes da sua inteligência. Criadora e guardiã de vida, a mulher recebeu das mãos divinas éste talento admiravel , cuja cultura é reclamada pela sua própria fin alidade : "formar e dirigir". Combatamos, pois, com vigor, a can– tilena antiga : "a mulher vale pelo coração'·. Não, a mulher não vale só pelo coração; ela vale também pela sua inteligência, ca– paz de su s tentar e dirigir os impulsos do coração. Demais, tudo nos mostra na vida que a próp ria formação do coração da mulher depende em gr ande pa rte da formação da inteligência. Mas, objectarão, an ti gamente: a mu– lher era menos culta e e ntr eta nto o edifício da famí lia mais sólido e mais moralizado. E' certo ; porém as condições de vida eram di ferentes . Hoje em dia a mulher está mais exposta, encontra di– ficuldades muito maiores, problemas mu ito mais ctificeis , que não pode resolver só com a arma silenciosa do exemplo e da dedicação, amplamente satisfatórias para as nossas antepassadas. Para responder às exigências actuais e combater o materialismo avassalador dos tempos modernos, ela tem necessi- 14 J. f. C. B. Belém- Pará-Brasil dade das respostas de uma inteligência culta e equilibrada. Portanto, mesmo no campo da vida prática, na vida familiar, é de vantagens preciosas e incontestaveis a instrução da mulher. Ninguem será capaz de negar a confiança absoluta, o respeito e a admi– ração inspiradas pela mamãe que sabe responder aos "porquês" curiosos dos filhinhos, que sabe esclarecer-lhes as dú– vidas e orienta-los nas dificuldades, e ninguem ignora também que para a des– truição deste altar de veneração filial, um nada basta : a suspeita apenas da inferio1 idade e inçapacidade maternas; E como esposa? Mgr. Legouvé disse: "a espôsa verdadeiramente es . pôsa tem como carreira a carreira de seu marido ." Isto supõe entre êles união de alma e harmonia de inteligência . A cultura esmerada faz, portanto, da mulher o estímulo, a conselheira, a col aboradora e a espiritualizadora do ho– mem, e al ém disto ensina à mulher a arte maravilhosa, e tôda especial à vida famili ar, de dosar e regular a vontade. Assim, a mulher que cultiva a sua in teligência não só enriquece o campo dos seus conhecimentos, mas aperfei– çoa-se para a satisfação plena das suas responsabilidades na vida.

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