Quero - 1941

uma espécie de há bito corriqueiro, um refú– g io para c riaturas débeis, ou uma solicitacão infantil de coisas e bens materiais. Amesq 0 ui– nhamos a oração quando a concebemos nesses tê rmos , assim como subestimamos a chuva des crevendo-a como alguma coisa que ench~ o tanqu e de nosso jardim. Entendida como deve ser, a oração é uma atividade meditada indispensave l ao completo desenvolvimento d~ no~sa personalidade- a integração final das mais_ altas faculdades humanas. Somente pela o~açao completamos aquela perfeita e harmo– n:os~ reunião do corpo, da alma e da inteli– genc1~, qu_e atribui à frágil criatura humana sua força ma b"alavel. A pala vra " Pede e serás atendido " fô– ram . verificadas experimentalmente pela hu– manida de. ~a verdade, a oração não pode fa– ze r res susci tar a crianca morta ou dar alívio ~ dores fís icas . Mas a· oração, ' como o rádio , e uma fonte de energia espontâ nea e luminosa. Corno a oração nos fortalece com êss e poder tã d º - · 0 mamtco ? P a ra responder a ess a p~rg~nta ( ev id entemente fora da jurisdição da c1enc1a) devo d º - , 1zer qu e todas as orações têm alguma coisa em . f· t comu m. As hosan as tnun- a_n? de um gra nde oratóri o, ou a humilde sup ica de um caçador iroqu ês qu e pede so rte parda as suas caçadas, demonstram a mesma ver ade · que os 1 · s eres 1uman os p ro curam au- mentar a sua e1e g· t· ·t . . . , F . . r 'ª 1111 a , dmg,ndo-se a onte lnh n1 ta de tôda energia. Quando reza- ~os, como que fi camos em contacto com a mexaunvel força moto ra de todo . Pedimo o uni ve rso. s que uma pa rte dêsse poder ven ha em S?corro de noss_as necess id ades. Basta o pe– dir, para que se1am eme ndadas as def iciências humanas e para que nos s intamos for ta leci– dos e confortados . Não ?eve~os nunca dirigi rmo-nos a Deus para a sahsfaçao de nossos caprichos. Encon– traremos fôr~~ mais poderosa nas orações, qu_ando a uhltzarmos, não como pedidos de coisas terrenas, _mas co_mo uma súplica pa ra que possamos ficar mais próximos de Deus. A oração deve ser considerada como a prática da Presença de D~us. Um velho camponês estava sentado sàzmho no último banco de 8 J. f. C. B. Belém-Pará- Brasil uma igreja de aldeia. "Que está esperando?" lhe perguntaram, e êle resµondeu: "Estou olhando para Êle e Êle me contempla". Os homens rezam não somente para que Deus se recorde deles, mas também para que possam êles próprios lembrar-se de Deus. Como definir a oração? A oração é um esfôrco do homem por alcançar a Deus, para se comunicar com um ser invisive_I, criador de tôdas as coisas, sabedoria, verdade, be– leza e fôrça suprema, pai e redentor de todos os homens. Êsse objetivo da oração comu– mente escapa à inteligência. Linguagem e pen– samento são demasiadamente . fracos, quando tencionam descrever a magnitude de Deus. Sabemos, entretanto, q_ue quando nos diri imos a Deus numa oraçao fervente, tor- g Ih a alma e o corpo. Nunca un,a namos me or lt· d reza sincera deixará de ter bom resu a o. disse Emerson, sem aprender "Ninguem reza, alguma coisa." Podemos rezar em to?~s os lug~r~s. Nas O s trens na reparhçao, na of1c1na, na ruas, n , 1·d - d arto 1 ta- 0 bem como na so 1 ao e um qu , escoa, · · N- em meio :i. multidão de uma 1greJa. ao ~~. para rezar, nem r.osiçã~, nem tempo, ne~ lugar determinado.. Pen~,at ~m Det!s mais vezes do que resptrardes , disse .Epicteto, o Estoico. Para modelar a pers~naltdade, _r~al– mente, a oração deve tornar-~e ui:n habito. Seria absurdo rezar pela manha e viver como um bárbaro o resto do di~. A ora~ão verda– d eira é um caminho da vida; a vida verda– deira eleve s er um meio de orar. As melhores oraçõe.s são corno impro– viso de amantes geniais, sempre difere~1tes, m e smo quando trate das mesmas coisas. Não podemos ser tão imaginosos, na. oraç~o, co rno Sa nta Tereza ou São Bernardo ae Cla1r– vau x, que sabiam traduzir a sua a~ora ção com palavra s de mística bel eza . Felizmente não precisa mo s de s ua eloqu ência; Deus re– co nh ece e aceita a mediocridade de nossas orações . Mes mo quando estejamos lamenta– velmente ass usta dos , ou se nossa s palavras são s ufocadas pela vaid ade, ou pelo artifício,

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