Quero - 1941

SEMANA LITURGICA O símholo estampado na capa fni es– colhido pela comissão de Arte Sacra como d is ti n ti vo característico da Semar a Litúrgica . Onde fôr êle visto, logo despertará no espírito a significação das festas que se pretendem realizar de 28 do corrente a 5 cje outubro vindouro. Desde os primeiros séculos do Cris– tianismo, os fieis tomaram como distintivo de suas crenças o peixe e o pão, em me– mória, talvez, dos milagres da multiplicação de que nos falam os Santos Evangelhos, em duas passagens da vida terrena de Jesus Cristo (S. Marcos, VI, 24 e VIII, 1), ou como querem outros, por motivo da terceira apa– rição do Divino Mestre e seus discípulos, após a ressurreição, à margem do lago Ti– beriades, quando lhes serviu, também, peixe e pão, e na qual estabeleceu solenemente o primado de S. Pedro (S. João, XXI, 1-15). "A sua popularidade, porém, entre os cristãos, assevera um autor, deve-se prin– cipalmente, ao que parece, ao famoso acrós– tico, consistindo nas letras iniciais de cinco palavras gregas. formando o nome "peixe" -(1-CH-TH-Y-S), palavras que breve, mas claramente, descrevem o caracter de Cristo e seu apêlo à adoração dos crentes-( (esous), Ch ( ristós ), Th ( eon ), Y ( ioós ), S ( oter), ou Jesus Cristo Deus Filho Salvador". Quer o nome, quer a figura do peixe tinham para os cristãos primitivos urna pro– funda significação: erJm como uma breve profissão de fé na divindade de Jesus Cristo, conforme asserta o mesmo autor. Parece que o primeiro documento li– terário que faz referências a êste símbolo é o "Pedagogo'' de S. Clemtnte de Ale– xandria, que aí recomenda aos seus leitores gravarem nos seus carimbos um "pombo" ou um "peixe". Tertuliano recorre à imagem em rela– ção ao Laptismo, afirmando que "nós, pei– xinhos, à semelhança do nosso "lchthys"-– Jesus Cristo, nascemos na água." O pão sempre foi a imagem da Sa– grada Eucaristia, e a sua associação ao peixe como símbolo dos cristãos data, também, de eras primitivas da nossa fé. A representação, cujo modêlo ilustra a nossa capa, é, de facto, inspirada em ins– crições das catacumbas e muito se asse– melha à que foi encontrada na catacumba de S. Calixto, na cripta de Lucina. Ali f.:il– tava o acróstico, que aqui foi associado, mas no simbolismo cristão se nos deparam inúmeras gravuras, onde várias figur~ re– presentativas, como os peixes, os pombos, as âncoras, etc., e o ar.róstico se encontram combinados. Parece q11e i::io havia preferência por uma espéci • ictiológ1ca determinada. em todo caso, no 2º séculu foi mais usado o delfim, considerado popularmente como '·amigo do homem", tal qual entre nós, na Amazônia, um 1 certa espécie de bôto. Do 4º século para diante, o peixe, como símbolo, foi gradualmente desapare– cendo, flxistindo, hoje, nas igrejas e capelas, apenas como simples motivo ornamental. Oficinos Grc!f1cos do "Livraria Brasil", de Fronco, Rubim 8t Ciél.-15 de Novembro, 89-Porá . . ' • a

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