Quero - 1941
Necessidade de defender-se a moral tradicional E' dever de todo cristão trabalhar por impedir que a moderna revolta das conciên– cias chegue aos seus últimos resultados. Per– sistem, felizmente, ainda na vida individual , familiar e colectiva, preciosas re s ervas de cristi anismo. Viessem elas , porém, a se ex– gota r, veríamos que verdadeira torrr.enta de irresponsabilidade, de injustiças, de opressões, de crueldades egoísticas, a nova moral eman– cipada desencadearia sôbre o mundo. O dever actual do cristão, dever pre– men te, consiste, pois , em procurar difundir o pu ro espí rito do cristian ismo. E no domínio que nos ocupa, em defender o ideal cristão da castidade. E' uma missão que incumbe a todos, mas de modo es pecial à juventude, esperança de amanhã. l A mu lher e a castidade Outro ponto que preocupa a juventude. .. femin ina é o de ser a pureza uma virt ud~ es– peci almente feminil. Isto provoca revoltas sem fim. Moral feita pelos homens, clamam as femin istas be– licosas, moral feita pa ra esc ravizar a mulh er e não lhe deixar, quando traída pela prove r– bial inconstância masculina, nem o d ire ito de uma vingança. Não percebem as nossas revoltadas que, se de facto o homem se tivesse reservado o direito de ser grosseiro e bestial, não fica ria bem à mulher invejar-lhe o triste privi légio e protestar quando êste lhe é negado. No entanto, em face da verdadeira moral, 14 J. F. C. B. Belém-Pará- Brasil a i g u a 1d a d e é absoluta. Tanto se rebaixa diante dã sua conciência e de Deus o homem que peca contra a castidade, quanto a mulher. O pecado é o mesmo para ambos. Não há dúvida que existe uma moral de conveniências sociais extremamente indul– gente para o homem. Moral burgueza que muitas mulheres, espôsas e mães, infelizmente · • adaptam. Não é, portanto, esta a moral ca– tólica. Quando se diz que a pureza é uma vir– tude genuinamente feminina, entende-se por isso que a mulher, mais do que o homem, precisa de uma atmosfera moral casta e ele– vada , p ra expansão da sua verdadeira per– sonalidade. A mulher, que é amor e ternura, quer a continuidade das dedicações totais, quer a possibilidade de um lar estavel, onde, se– gundo a expressão do poeta, venha a ser " rainha e serva" dos seres amados. Ora, a moral nova, com a desagregação do quadro tradicional da família, torna inutil e sem razão o sonho principal, o sonho às vezes obscuro mas invencível do nosso sexo. A mulher precisa da castidade em si e à roda de si. Tudo que vulnera a rija intei– reza da moral tradicional, ameaça-lhe a feli– cidade e a dignidade. Tudo que, perante a conctencia mascu– lina, separa o amor das responsabilidades fa– miliares, redunda finalmente em prejuizo da mulher. De modo geral, pode-se dizer que ela é a vítima da "moral natural" . A mulher tem que ser casta e lutar pela castidade do mundo. E' para ela uma necessidade vital. E' também um deve r inherente à sua missão– HUMANA E MATERIAL. f
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