Quero - 1941

vol~ção-:-a revo!u~ão-rubra oficial , a um tempo soc1ológ1ca e m1shca: o comunismo. Latente, a que sorrateira se insinua por tôda a parte e solapa tôdas as crenças e cos– t~mes do passa~o. Esta, por seu aspecto idea– ltsta e .e~peculattvo, tem curso nos meios mais refractanos e recruta adeptos no próprio re- cesso dos lares. · . A nova mentalidade "revolucionária'' · mamf_esta-se de modo frisante em relação aos preceito~ tradicionais de pureza, de fidelidade do Asenttmento, de domínio do espírito sôbre a força tumultuosa e destruidora das paixões! . Filósofos e sociólogos modernos, tendo a ~r~nte Ehrenfels, Ellen Key e, sobretudo, o medico austríaco Freud acusam a moral cristã de arbitrária . e desu m~na, por prender o ho– mem no quadro austero do casamento in– dissoluvel e por obriga-lo a ligar o amor a compromissos sagrados de constância e de abnegação. Em nome da saúde, do equilíbrio físico de viver, bem-estar moral, da maior capaci– dade de viver, querem êsses reformadores "naturalistas" que se dê a cada um, por meiv do divórcio ou de uma liberdade cada vez mais ampla de costumes, o direito de procurar a própria felicidade. Procura-la a todo transe sem consideração pelos juramentos feitos ou pelas leis sociais e religiosas, a que chamam "formalismo vão". E' o célebre "direito à fe– licidade" ou "direito à vida'' de que tanto se fala hoje. As teorias dos filósofos naturalistas têm– -se tornado muito populares e exercido grande influência, sobretudo em certos países da Eu– ropa. Quem observar ate11tamente ai a evo– lução das conciências, verá que a moral nova vai paulatinamente modificando a fisionomia tradicionalmente cristã da sociedade. E' o neo-paganismo que os seus fauto– res dizem ser uma renascença da antiguidade pagã, quando na realidade um antagonismo 13 J. F. C. B. Belém-Pará Brasil essencial os separa. No antigo paganismo, mesmo paganismo decadente, havia muito a c ~ n ~ u a d a a _n oção de culpa e de pecado. Ho1e. ~ a própna noção de culpabilidade no dom1nto da moral que se pretende eliminar. Crítica da moral nova - Rompimento com o passado O que em primeiro luga r choca o obser– vador das recentes doutrinas naturalistas é o desembaraço com que eliminam tôda a expe– riência do passado. . _Pois . então será crivei que a tradição cnsta, aceita pelas sociedades, apoiada no pensamento de tantos moralistas ilustres nada mais seja do que formidavel êrro e qu~ uma só geração tenha vindo a acumular tantos co– nhecimentos ~ôbre a alma, sôbre as aspira– ç~es e. n_ecess1dades humanas, que lhe seja lí– cito re1e1tar tudo o que o passado teve por bom, util e salutar? A condenação apressada e irrevogavel d~ tradição pelos modernos denota por parte destes, quando mais não seja, uma grande dose de presunção. E dentro do próprio pen– samento moderno uma falta de lógica frisante. E , F o que oerster observa muito judi- ciosamente: "Numa época em que as ciências experimentais se mostram tão em voga, por que ~e pretende desprezar, na mais prcifunda e delicada das ciências, que é a da vida hu– mana, a experiência dos pensadores, dos mes– tres da vida espiritual dos directores de con– ciência, que sabem, p~lo contacto quotidiano e aprofundado, o que é em verdade a 11atu– reza do iomem ? Assim, privados voluntàriamente de todo o depoimento do passado os reformadores de hoje dão-nos uma " tedria da vida '' sem " experiência da vida" .

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