Quero - 1941

• J. f . C. B. 6 ----- Belém-Pará-Brasil ,..,,. --- -~-~~-------------------- .... ----- - ..,. - - ..,, _,,. ............... ~ A Lit~rgia no Antigo e no Novo Testamento Sabe- se que Adão, Caim, Abel, lá bem no início da história do homem sôbre a terra, recorreram a certos ritos e cerimónias nas ma– nifestações de sua piedade para com o Altíssimo, e que suas ofertas chamaram a atenção de Deus, o que significa que êsses ritos tinham valor. Mais tarde a Religião Mosaica teve uma litur– gia muito intensa e mesmo complicada em suas particularidades. E foi o próprio Deus que di– tou prescrições severas a seu povo. Jesus Cristo Jesus Cristo vindo ao mundo inaugurou uma nova Lei, e com ela uma nova Liturgia chamada Cristã. Quis que Deus fôsse ado– rado de uma maneira mais perfeita, por seu intermédio, "porque já não é po~sivel que o sangue dos touros e dos cal;)ritos apague os pecados; por isso Jesus Cristo, entrando no mundo, diz: "Não quiseste hóstia nem obla– ção, mas me formaste um corpo" (Hebr. X-4-5). Essa liturgia nasceu, há vinte séculos, com o Cristianismo e o seu autor é o próprio Jesus Cristo, ao menos naquilo que é essencial. Os Apóstolos e a Igreja, em virtude do poder re– cebido de seu Divino Mestre de regular e prescrever as formas exteriores do culto, no decorrer dos tempos, achar a m conveniente cercar de ritos e cerimónias os actos essen– ciais do culto, dando um caracter instrutivo e preparatório ao acto essencial. O Sacrifício, centro da Liturgia O acto ou o centro principal da Liturgia foi sempre e continua . a ser 9 Sacrifício. Na Lei Antfga os sacrifícios eram em grande nú– mero e todos ordenados por Deus ; na Lei Nova é a Santa Missa, o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo que substit td os sacrifícios antigos . Nos primeiros anos do Cristianismo, por ser a Missa o centro para onde convergiam todos os actos do culto, era conhecida com o nome genérico de Liturgia Jesus Cristo fixou apenas a essência do Sa– crifício, designou o sinal sensível dos Sacra– mentos e ensinou a maneira de Rezar. Porém o Divino Redentor, duranre 'a sua vida no , exercício de seu ministério sacerdotal, fez uso de sinais, palavras, gestos e outros actos ex~ ternos. Por exemplo: Prostra~se por (erra para adorar seu Pai, faz uso de palavras, levanta os olhos ao Ceu; utiliza-se de fórmulas para expulsar os demónios e de gestos, ao fazer milagres: impondo as mãos, tocando com sa- . liva, soprando sôbre os apóstolos, etc. r Apóstolos e primeiros Cristãos Ora, a Igreja, segundo os vestígios de Jesus Cristo, adoptou o que os Após tolos in– troduziram e circundou o Sacrifício e os Sa– cramentos de ritos e cerimónias simbólicas. Além disso fo i admitindo, em torno do altar e da Casa de Deus, como era costume na Lei Antiga, tôdas as artes: arquitectura, escultura, poesia, música, etc., e, para adôrno da Casa de Deus, introduziu símbolos de amor e grati– dão: o ouro, a prata, luzes, flores, incenso, etc. Embora já consagradas ' pelo costume e sancionadas por leis da Igreja, tôdas estas cerimónias e cousas devem ,.ser consideradas ·mplesmente como partes acidentais, ou me- st d · lhor integrantes da Liturgia por serem e ins- titui~ão apostólica ou eclesi~stica; portanto, sujeitas à jurisdição da Igreja que,~ s~gundo os tempos, os lugares e as circunstancias, as pode modificar ou suprimir. De quanto ficou expôsto, pode-.:e con– cluir que a Liturgia é o conjunto das cerim~~ nias e ritos pr~scrifos pela Igreja, com os quais, (Conclui na página 18) 1

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