Quero - 1941
. .., ) pensava en tão, pensa ai nda ho je.' ' Mas como poderia o Ser Imorta l deixar de pensar e quer er? Também Cris to não pode mais sofrer. T ão pouco pode deixar de oferecer. Eter– namente Ele se oferece ao Pai , apresentando– -lhe as cicatri zes, cujo brilho é mais intenso que o de todos os ast ros. E, ofer cend o-se ao Pai, tributa-lhe a mais sublime adoração, a expressão de imen so reconhecimento, a home– nagem de ex piação e a inte rcessão em fav or da fa mí lia humana , da qual Ele é o irmão mais vel ho e o Chefe supremo. De tudo isso, porém, só vemos as apa– rênci as envoltas no véo misterioso da fé ! Na cruz es tava encoberta a Divindade, era po rém visi vel a santa humanidade de Jesus. Pa ra Êle convergiam a admi ra ção e a compaixão dos ami gos, as imprecações e o escárneo dos ini migos . Sôb re o a ltar esconde- se não só a Di– vindade, mas, també m, a humanid ade. Vemos, apena s, as aparências do pão. Nesta extrema indigê nc ia do sensivel re– conheçamos não nossa in fe ri orid ade, mas nos sa verdadeira grandeza. Lemb rêmo-nos da s pal a– vras de Jesus a T omé : "Feli z és tu, T omé, porque me viste. Mas mui to mais fe lizes aqu e– les que, sem vtr, creram", e compreend ere– mos a razão desta grandeza. En careçamos, pois, nossa fé. Sendo ta l a nos sa s itu ação , notemos, contudo, que nossa fé, no sacrifício euca rí s– tico, não é um acto pura mente con templativo , abstracto e incomp rl!en sivel, mas reveste-se de uma forma tôda es pecia l. Cremos q ue, as– sistindo ao Sacrifício da Mis sa, nós colal,o– ramos com Cristo, participamos do seu sa cri– fício, realizando_.o com Ele, de modo que a Acção de Cristo é também nossa Acção e a Ob lação de Cristo, nossa Oblação. E' esta a grande verdade, nu nca assaz compreendida. E' certo que a oblação de Cristo, na cru z, foi perfeita e superabundante. "Tudo se con– sumou", foi sua última palavra. Se, portanto, nada mais falta ao Sacrifício do Ca lvário, pa ra que então renova-lo e recomeça- lo, como se fôsse obra incompleta? Renova-se o sacrifício da cruz, não por– que lhe falte algum elemento intr ínseco, es– sencial, mas sim porque no Calvário, fal– tava mos NÓS, faltava a nossa participação activa. Por isso, Cristo nos ordenou que ceie- .1. f . e . t~ . Belém- Pe rá - Brasi l brássemos SUA Missa e NOSSA Missa, ;inu n– ciando assim sua morte, até que Êl e t;.l rne a vir. Em consequencia de ta determ inação , nossa homenagem é prestada a Deus, por Cri s to, com Cristo e em Cristo, sendo, portant o, per.:. feitamente digna e inteiramente agradavel ao Coração Divino . Os merecimentos de Cristo serão nossos merecimentos; sua ob ra red en– tora será a causa de nossa salvaçào ; nossa união com Êle é o elo admiravel que un e, fraternalmente, entre si , todos os fieis do mundo, como membros do seu Corpo Místico, do qu:il ~ Êle é a cabeça . Cristo não precisa de nós. é certo, mas não quer apresentar sua Oferenda sem nossa contribuição. Seria ousad ia , de nossa parte, recusa-la ou diminui -la. Dessa so rte , na Missa . a Oferenda e o Sacrifício do Chefe tornam -se NOSSA Ofe– renda e NO.-, S O Sacri fí ci o, real iza dos por cada um de nós, PESSOAL1\ENTE. mas não ISOLADAMENTE, vi s to q ue ag imo apoiados por t~da Igreja, à qual , p lo Bap ti smo, no s agrega•nos como membro s. Por sua natureza a Igreja est,í unida ao Cristo e em vi rt ud e do Bap ti smo el a un e-se e íd entific:i-se co!lnôsco , age con nôsco e po r nós. Sua oração é nossa oração. S .1a vida nossa vida . E' po is nosso dever unir-11 s act ivam ent e a tôda Igreja, id en tifica r-nos com ela, o mai intim.:11nent e possível. E' nosso deve r adq ui rir, cada di a , conhe – cimento mais profundo d1 magn ifi cênci a da Santa Mi s a, afim de, à luz dessa s verd ades aperfeiçoa r-n os nossa vida espiritua l. ' A meditação da Missa alarga os horizon– tes de nossa alma, desprende-a dos peque– ninos interesses egoísticos: ensina - nos a rezar " por todos os fieis, vivos e mortos , por tôda a Igreja, difundida pelo univ erso, pela salva– ção do mundo inteiro", põe-nos em contacto espiritual não só com os fieis dispersos sôbre a face da terra e agrupados em redor do Le– lebrante, do Bi s po, do Papa, mas também com a multid ão dos irmãos, que já atingiram o termo de s ua peregrinação, aos quais pedimos " pa rte e sociedade" na bemaventurança eterna . Em ve rdade tem razão S. Paulo qu ando disse: Tud o é vosso. Mas vós sois de Cristo. E Cri sto é de Deus .
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