Quero - 1941
] 1; 'I li Jf Jf J) ~ (OC1'€ _õ. ll)l.Nfll\ la~N€ 5 q<bE. _o ~u ~r.c,u€, TE.ro ~ V\UG d~RN a. Jg li -5~ sexta-feira santa. Profunda e violentas fôram as emoções que sacudiram seus nervos, ao presenciarem as supremas convulsões do Di– vino Supliciado. Já não se repett o me mo espectácul o na Missa. Nossa vista não depnra com o Corpo lívido de Cristo ; não de para com as chagas e o sangue a escorrer pelos membros tortu– rados. Na missa tud o apa renta s imbolismo, se bem que, _de facto , sua ignificação sej a rea l e verdadeira. Em virtude das palavras da dupla con– sagração : ''Isto é o meu corpo" , " Êste é o meu sangue'', pronunc ia das pelo celebra nte em nome do própri o Jesus, TORNAM-SE PR E– SENTES, sôbre o alta r, o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de Nosso Senho r. Da cruz pen d ia o Corpo mortal de Jes us . Sôbre o altar ESTA o corpo de Jesu res s usci tado, que não morre mais, do qual não se separa mais o sangue, como no Gó lgota. Poderia Jes us , se qu isesse, estabe le er 11 J. f. C. B. Belém-Pará-Brasil uma única forma de consagração, por exem– plo: ''Isto é minha humanidade" , mas prefe– riu separar os elementos, ordenando a dupla forma à semelhança da primeira imolação, re– presentada e novamente real izada na imolação incruenta da Missa. Do mesmo modo a frac– ção da Hóstia consagrada re presenta o corpo fracturado de Jesus, assim como a mistura do fragmentei, deitad o no preci oso cálice, signi– fica a sua gloriosa ressurreiçã o. Contudo a Mis sa não é uma simples re– presentação do Cal vári o, as sim como não é apenas uma tocante record ação, capaz de falar eloquentemente ao no s o coração e evocar em nossa memóri·i o drama da Paixão. Ela é sobr e •ut10 a , ,erdadeira renova~iío alo Ca!vi1rio Renova r quer di zer recomeçar. Como é que o Salvador recomeça, em cada Missa , sua obra Redent ora? Não ressuscit o 1,1 Êle para riunca mais morrer? Não vive Êle, na glória de seu Pai, a vida plena, como Deus e como Homem? . Sim; Cristo, ressuscitando, venc e u a morte nunca mais morrerá. E, a-pesar disso, é cért 1 0 que Êl e rei ova, na Missa, a sua pai- xão e morte. · Como se explica isso? E' que a essência de uma obra não está na sua manife tação exteri or, mas sim no es- pírito que a anima . . Os causadores da imolação de Sexta-feira Santa 11ão fôram nem a turba sanguiná ria , nem a sentença injusta de Pilatos, nem o carras– cos. com seus martelos e pregos nem mesmo Longin o com sua lança , mas o verdadeiro cau– sador foi o Coração de Cristo, com ua sêde de amor ao s homen s. A intenção valori za a acção, d izemos , da realizaçõe humana . . Que di zer da eterna ir:i tenção do alva– dor ? Sabemos que ela não conhece a fl u– tuações de nos a deb il vontade, nem es tá . u– je ita às vici ssi tudes do tempo, pois ignora ·a s uce são do m9111entos e só conhece o eterno presente. Nós, porém, para exprimir nos o con– ceito , temos de recorrer a uma linguagem imperfeita. Por is o, para melhor compreen– der a p rfeição divina, usamos de fórmula imoerfeitas, como a seguinte: "O que Deu
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