Quero - 1941

r. . ' O silêncio exlerior ~ UA alteza, o Silêncio; Tu não o amas. Por natureza preferes os negócios e adoras o ruído. Agrada-te o barulho, e a vida moderna te encanta, porque a civilização conseguiu multiplicar o ruí d o e amplifica-lo até ao infinito. E, no entretanto, a pátria das grandes almus é a solidão e o seu companheiro- o silêncio. Por virtude, sinão por gôsto, deves ama-los e, se fôr necessá,,rio, conquista-los . Respeito, sobretudo, os ~ilêncios que se te impõem. Sua razão de ser não é uni– camente a boa ordem; trnzem em si mes– mos virtude secretas, para te pacificarem, te recolherem. E se não quiseres aproveitar, ao me– nos, respeita o dos outros; pois o silêncio é um luxo colectivo, que se não aprovei– tando, se destroe. O silêncio interior E' o das paiiões. E' ainda mais im– "portante do que o outro. Para bem estudar é preciso inteligência e aplicação. Que falta de senso é preten– der-se ter bons resµltados, quando se abriga em si amizades sentimentais que provoc 1 1 1 J. F. C. B. Belém-Pará-Brasi l VITJ1 QUIETJ1 divagacões. quando se entr(;'ga a leituras e a pra'zeres que atordoam a imaginação; quando se sucumbe às tentações sensuais, que obscurecem a inteligência. "Bemaventurados ·os puros de coração", disse jesus, "êles vertío a Deus". tles vêm, melhor e mais depressa que os outros, as cousas da terra. À organização da ,ida · Para ser tranquila uma vida, deve ser organizada, regrada. Não há um estudante, sôbre cem, que se aplique a regrar a sua vida. Fora do re– gulamento do colégio, sua existência fica en– tregue ao capricho. Estuda-se quando se tem vontade, lê-se ao acaso, diverte-se ao agrado de seus desejos, e quasi de seus instintos. Não se pode imaginar a perda de ener– gias que se opera por causa dessa anarquia. A. família, em vez de remediar a isso, é muitas vezes, a primeira causa, e é, sem dúvida, por isso, que os antigos pediam ao e tudante que se expatriasse: terra aliena. Se não estás em uma terra extrangeira, se não és interno, tem 9 heroísmo de te fazer uma regra, de submete-la a teu di– rector, ou a teus pais. Pede-lhes que te di– rijam, velem por ti, te avisem ca o não a seguires escrnpulo amente. Vida regrada, vida divina, dizia S. Fran– cisc0 de Sales. -

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