Quero - 1941
à espera de uma sondagem inteligente e generosa pa ra virem à tona. A rua presencia · o cresci– mento físico e moral dêstes meninos em formação, espe– lha a maior parte do seus reflexos, serve-lhes de escola, refeitório e local de jogos. e o ga11oto OH RUH Que será, dí!qui a alguns anos, tal garoto moreno de olhos vivos, cabelos crespos, expressão viva e ma liciosa, com um expediente sempre g pronto e tão habil em es– gueirar-se s o rra tei r amente quando perseguido nas brin– cadeiras? Um oportunista , talvez, que empre ga rá em zigzaguear nos meandros da vida a mesma agilidade que põe em acção para fugir de um companheiro . . . ou do guarda . E' tão curta a distância que separa o ·me– ninote esperto de hoje do mistificador de amanhã ! Contrasta com a vivaci– dade de uns a atonia fisionó– mica, a falta de reacção de outros . São êstes os chama– dos "moles"; geralmente, fa– zem as cousas pel a metade, sem convicção e tudo lhes corre às avessas. A sorte se lhes afigura o único factor de ~xito . Das suas fileiras sairão os vencidos, os que a vida cedo desencorajou e que se sujeitarão a ela em lugar de vive-la. A mendicância, o jôgo, a embriaguez e mais ví– cios os espre(tam, semelhan– tes a uma junta de Molochs, o voraz monstro adorado pelos antigos fenícios, ao qual crianças indefezas eram oferecidas em holocausto. Por ora, alheia às sombras que se possam projectar sô– bre o seu futu ro , ameninada faz algazarra . V e rd a deir o s d ramas escondem-se, entre– ta nto , no íntimo dessas jovens existências anónimas , dramas que poderão ter de chofre_os J. f." C. B Belém- Pará- Brasil seus epílogos relatados na.s colunas policiais dos perió– dicos. Quantos, d e II tre os que hoje folgam , não serão por sua vez arrastados a pas– sar Natais vindouros entre as grades de uma pri ão? Tem– peramentos violentos , onde acharei s freios que vos im– peçam fornecer alimento às insaciaveis crónicas judiciá– rias ? Enquanto viveis a esmo , pequenos nômades, a Pátria precisa de artífices , reclama técnicos, carece tradições de trabalho que passem de pais a fi lhos, a exempl o da Divina Família, onde S . José iniciou Jesus na singela profissão de c_arpinteiro . A assistência requeri da pela criança não deverá ser sô– mente material; também mo– ral e religiosa. Estas só poderão ser administradas por pessoas que privem da sua compa– nhia,principiando nas escolas . A mulher, com a intuição _e o génio construtivo que a caracterizam, tem inumera<:: possibilidades de realizar obra meritória nesse domínio . Um campo de acção é aberto, a vós, professoras e catequistas. O vosso trabalho parece por vezes pesado demais ; pen– sa r, porém, que c ontr i buís para formar gerações produ– tivas é al entado r. Depos itã– ri as de instrução divina e humana , as vossa m1ssoes são ambas civilizadoras e êsse
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