Quero - 1940
18 J. f . C. B. BELEM- PARÁ S PAUL -o PRIMEIRO HERÓl DA ACÇÃO CATÓLICA . ' - ( CONTINUAÇÃO ) HOMO DEI- O VARÃO DE DEUS 1) Êle cantará os louvores de Deus. ''No meio da assembléa eu te louvarei" (Hebr. 2 12 ) . Com que entusiasmo Paulo ca n t<;>u o louvor do único verdadeiro Deus no meto do mundo pagão! Que cena incomparavel aquela de Filipe, na hora mais silenciosa duma noite calma e serena. Num calaboiço estavam encarcerados Paulo e Silas. "Era meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, en– quanto os companheiros de prisão escutavam" · (Act. 16 25 } Cantar louvores a Deus enquanto o mundo pagão dorme ou. canta louvor~s a_os deuses das paixões carnais! Era a pnme1ra vez que tal coisa se ouvia! Que aba I o no mundo dos pensamentos e sentimentos! Abalo tão formidavel que repercutiu no mundo mate– rial. "Subitamente se sentiu um terremoto tão forte que abalou os alicerces do cárcere. No mesmo instante se abriram tôdas as portas e caíram os grilhões de todos" (Act. 16 ,h). Os cárceres se desmoronam e os grilhões se par– tem. E' a redenção de Cristo, que trazem ao mundo. Outros cárceres e algemas, muito mais terriveis, os do pecado, de Satanás, hão-de desabar e quebrar-se. Membros da Acção Católica, o vosso primeiro e mais importante trabalho é adorar a Deus "em espírito e em verdade". Paulo parte de Filipe percorrendo o mundo. Em todos os paises ressôa o cântico inspirado afrontando os falsos deuses. "Por isso hei-de glorificar-te entre os gentios e can– tarei louvores a teu nome" ( Rom. 15 9 }. Es– pectáculo empolgante: O mundo antigo com seus templos, altares. sacrifícios bacanais e passeatas ruidosas, e por meio dêles passa o arauto de Deus único tirando da sua harpa divina os mais ricos acordes. No meio do nosso mundo materialista e ateista há casas, onde pessoas consagradas a Deus, no silêncio nocturno, saturam o ar de me– lodias santas. E há casas de famílias, onde ca- tólicos de convicção tecem , ao Deus-Soberano, os seus louvores, numa prece breve mas fer– vorosa. E os anjos descem do céu unindo-se a êsses coros s ublimes . Os sace rdotes e mem– bros da Acção católi ca de esp í r it o paulino são os tangedores de a laüd e d iante da mages– tade infinita, no me io dêste mu ndo apósta ta , onde continuamente as b la s fê1n ias fo rmam um côro diaból ico. Ah ! que beleza, considerad as nesta luz, · as nossas orações da manh ã e da noite, assistência à Missa com Comunhão · e visitas ao SS. Sacramento! Que nobre e su– blime fim têm essas práticas sem ba rulho , que, para muitos, nada têm que ver com a grandiosa Acção. E, contudo, elas li bertam do pecado o mundo ateista, abalam e derrubam · os baluartes do inimigo infernal, p artem os mais pesados ferros da iniquidade, e dão a liberdade a inúmeros pobres escravos. Repe– tição no mundo espiritual do que se de u no calaboiço de Filipe. "Aos rectos de coração convem entoar louvores" (S. 32 1 ) . Louvai ao Senhor, com a cítara; cantai- lhe hi nos com o' saltério de dez cordas" (S. 32 2 } Seria demasiadamente superficia l julga r que o louvor oral basta. PauJo penetra ma is no âmago das coisas . O homem todo deve tornar-se louvor divino. "Êle é imagem e res– plendor de Deus" ( 1 Cor. 11 7 ) . Quem o vê se deve logo sentir levado a exaltar a Deus por causa da eminência do servo. Os esplendores do firmamento exaltam ao Criador, porém, muito mais o faz a perso– nalidade de Paulo. "Foi por isso mesmo que encontrei misericórdia, para que Cristo Jesus manifestasse de preferência em mim tôda a sua longanimidade, para que eu servisse de modêlo a todos os que, pela fé, alcançaram a vida eterna" ( 1 Tim. 1 10 ). "As igrejas cristãs da Judéa não me conheciam pessoalmente; o que tinham ouvido era isto: Aquele que ou– trora nos perseguiu anuncia agora a fé, que então exterminava. E glorificavam a Deus por minha causa" (Gal. 1 u). O Servo só pelo seu aparecimento, era motivo de louvor a Deus. Advertência para nós! "Todos comprados por alto preço; glorificai, pois, a Deus ,no vosso corpo" ( 1 Cor. 6 'º). (Continua no rróx.. número)
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