Quero - 1940
17 e o Venerável José de Anchieta. Êste último é o organizador das célebres alde_ias das Ter– ras · de · Santa Cruz-, ·que serviram ·. de 711odêlo -~ · às não menos célebres reduç?es do Paraguai. Novas expedições ao Oriente. - Nos na – vios de Vasco da Gama, que ensinou novos · caminhos à navegação dos mares orientais e abriu as portas do Extremo Oriente, até então inexoravelmente fechadas, foram novos arau– tos do Evangelho, que recomeçaram com novo vigor a conquista das lndias e da China e iniciaram a do Japão. Pelos novos caminhos abertos, por onde tanto suaram os heróicos ftlhos do pobrezinho de Assis, passa, em 1542, o grande apóstolo S. Francisco Xavier, que rega com os seus suores as lndias e o Japão e aí colhe uma copiosa messe de con– vers ões, e morre às portas da China - como Moisés à vista da Terra da Promissão– confiando-a aos seus confrades da Companhia de Jesus, os quais para aí se diTigem e ope– ram um feliz renascimento de vida cristã na– quela nação. O nome do P. º Mateus Ricci, apóstolo infatigável e sábio, está indissolu– velmente ligado a êste movimento de conver– sões que se deu na China nos fins do século XVI e nos princípios do século XVII. Pelo caminho dos Jesuítas foram também os Dominicanos, os Franciscanos, os Agosti– nhos e membros de outras Ordens; e opera– ram-se tantas conversões, que, em 1696, es– tavam constituídos na China 9 Vicariatos Apostólicos. A obra apostólica, iniciada por S. Fran– cisco Xavier na lndia, foi continuada não com menos ardor. Entre os missionários jesuítas destaca-se a característica figura do P.• Roberto de No– bili, que durante mais de 50 anos trabalhou na conversão dos índios, e foi o primeiro que, nesta difícil emprêsa, conseguiu conver– ter à Fé mtiitos brâmanes. Perseguições. -Infelizmente não levou muito tempo que a tempestade se desenca– deasse sôbre messes tão pro·metedoras, fecun– dadas pelos suores de milhares de operários evangélicos. O Japão foi o primeiro a arrancar as novas plantações, antes que elas tivessem lançado profundas raízes. De 1587 a 1-637 uma terrível perseguição, que só pode t_er se- J. f. C. B. BELÉM- PARÁ melhante nas dos três primeiros séc.ulos da Igreja, arru'inou as cristandades japonesas: milhares e milhares de mártires · banharam aquela terra com o seu sangue generoso. Os missionários, que escaparam ao martírio, fo– ram expulsos, e foi pro'ibido aos Europeus atravessar as fronteitas daquela nação, para que aí se não propagasse o cristianismo. Só os holandeses aí •tinham entrada, porque se sujeitaram à ímpia condição, imposta pelos japones~s. de calcar o crucifixo! Durante mais de dois séculos o Japão ficou fechado à pe– netração do Evangelho. Na China , desde o século XVI até aos nossos dias, a perseguição religiosa, embora duma forma esporádica e episódica, nunca deixou de existir; mas nunca mais foi inter– rompida a propagação do Evangelho, cuja se– mente, mesmo nos períodos mais trágicos - por exemplo durante quási todo o século · XVII - resistiu à tempestade, graças à obra do clero indígena, que supria com admiravel zêlo os missionários europeus martirizados ou expulsos como extrangeiros. Também na India o progresso das con– versões, tão bem encarreirado, sofreu uma pa– ragem por causa dos acontecimentos políticos que ali se deram, quando os Holandeses ( séc. XVII) ocuparam o lugar dos Portugueses no d o mini o da lndia, e, quando mais tarde, a Inglaterra aí fundou o seu vasto império co– lonial. Tanto os Holandêses como os Inglêses, uns e outros protestantes, favoreceram a ido– latria dos indígenas, pondo obstáculos à obra dos missionários católie0~ . Além disto é bom acrescentar que, tanto na China como na lndia, as dificuldades de evangelização levaram os missionários a em– pregar diversos métodos de apostolado, tra– vando-se por êste motivo, sérias disputas: isto não podia deixar de diminuir o movi– mento das conversões. Numa palavra. no século XVIll a acção expansiva do apostolado afrouxou nos vários campos de miss ões, excepto na América, onde continuou progressiva a obra apostólica dos missionários, a-pesar das muitas e graves di– ficuldades que lhe foram criadas pela avidel dos colonizadores europeus. (Continua)
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