Quero - 1940

• 17 J. f. C. B. BELÉM- PARÁ S. PAULO, PRIMEIRO .HERÓI DA ACÇÃO CATÓLICA Reproduzimos aqui a publicação do mês de Fevereiro, por ter saído com alguns êrros que alteram bastante o sentido. Ao autor, as nossas desculpas . Capítulo IIl HOMO DEI- O VARÃO DE DEUS Paulo foi mandado para faze r a obra de Deus. Ora, a obra de Deus só a faz quem está unido a Deus, e que, por esta união, é o au– têntico "va rão de Deus". Nestas duas palavras temos uma das características mais importantes do sacerdócio e apostolado. Varão de Deus! Foi o próprio Pau lo que deu êsse título tão signifi– cativo ao seu discípulo Timóteo: "Tu , porém, varão de Deus, foge disto" (Tim. 6 • ). O que Pau lo supõe no seu discípulo, êle o é em primeiro lugar, e corn tôd a a fôrça da sua heroica vontade. Varão de Deus deve ser todo colaborador Seu. Varão cumulado por Deus de graças especiais. Varão incumbido dos negócios de Deus. Varão que, a tantos títulos, tem obrigações para com Deus. 1 ) Varão cumulado das imensas miseri– córdias divinas, mais do que todos os outros resgatados. "Deus, porém, que é rico de miseri– córdias, mostrou-nos o seu grande amor, con– duzindo- nos à vida com Cristo, a nós, que es– távamos mortos pelos pecados ... Sim, foi 'pela gniça que fostes remidos, em virtude da fé. Não é merecimento nosso, é dádiva de Deus; não é dev ido às obras para que ninguem se glorie. Som os criaturas dêl e, destin adas _por Cristo J esus a obras boas; para que nelas viva– mos nos escolheu há multo tempo." (Ef. 2 4 -- ·--• 0 ) Somos cria turas dêle. - Ês e pensamento dominava a Paulo. Feito por Deus, e não ape– nas isso, cumul ado de prerogativas pelo mesmo Deus ; a completa mud ança dos seus sentimen– tos, o sublime conheci mentÇ) das coisas de Deus, o seu lugar nos gra ndi osos p 1a n o 5 eternos, o maravilhoso resultado do s se u s trabalhos, os seus arrebatamentos até ao ceu. Tudo isso é manifestação da parte de Deus dum amor de predilecção para com êle. Não can a de meditar, exaltar essa predilecção para quem, antes, era tão obcecado e reca lcitrante . Desabafa-se a sua comovedora hum ildade, sua gratidão filial, seu alto apreço em expressões como esta: ''Deus é rico de misericórdias .. . Mostrou-nos o seu grande amor-Conduziu-nos à vida com Cristo, a nós, que estávamos mortos! " Ah! êle tinha razão ! Factura ipsius-Fei– tura , obra de Deus, e que obra maravilhosa ! Já como homem! E como convertido, apóstolo, santo! Devemos exclamar com o Salmista: " Fi– zeste-o pouco inferior aos an.jos. Coroaste-o de glória e de honra" (S. 8 4 ) , Pau lo tem os seus con tinu ado res: o após– tolo sacerdotal coadjuvado pelo apóstolo leigo. Sendo êles o que de vem ser aparecem-nos como feituras, obras de Deus por excelência. O sa– cerdote de íntegra v·ida sacerdotal e o colabora– dor leigo, que o acompan ha no espírito e na obra, são maravilhas da graça divina. Como Pedro andou sôbre as águas revoltas do lago, assim êles passa m por cima das ondas tumultuosas dum mundo inimigo. E em ambos os casos Deus mand a a tempes tade. Coisa estupenda o sacer– dote na sua actividade sobrenatural. Êle manda aos pecados que fuj am, ao inferno que recue, ao ceu e até ao próprio Filho de Deus que se aproximem! O apósto lo leigo prepara o terreno para tal actividade. E o sacerdote na plenitude do seu poder ao altar! A criação inteira pasma. E os apósto los leigos, primícias daquêle " povo sacerdotal" de que fa la S. Paulo, seguem-no nas suas asce nsões, compreendem-no, un em-se efi– cazmente a êle. Que "feitu ra de Deus!" E então, o sacerdote no meio dos povos de Deus! Que influ ência lá onde há tão pouco poder exterior. De que cons ideração êle goza, a-pesar, às vezes, das poucas prerogativas internas. É para o sa– cerdo te que os povos cristãos olham cheios de confiança e de respeito, dêle esperam auxílio nos casos em que não há mai esperança . E o apósto l o leigo que participa da sua missão redentora , comparti lh a a sua autoridade . Donde lh es vem essa posição no meio dos seu seme– lh antes? Pelo espírito que os anima e os frutos que produzem ão reconhecid os como varões de Deu . O respeito do que é divino, que, nunca o homem consegue depor, se tributa também aos que re olutamente, se mo tram defen ores dos direitos de Deus. Enquanto a humanidade precisar de Deus, preci ará do eu arauto , e de– ferir-lhe-á um reflexo da honra que êle sabe dever a Deus . Desta maneira, o sscerdote e

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