Quero - 1940

13 J. F. C. B . BELÉM - PARÁ ~~~--~ -.......--......,...._,__-~..............,~ O valor de uma Jovem A conciência da nossa digni– dade nos dá luz e esp'erança na . vida. ÓS, jovens operá rias, ignoramos, geralmente, que temos um papel a desenvo lver, uma mi s-s ão a cumprir na terra, a missão de uma jovem, de urna verdadeira jovem. A' noite, fatigadas pelo labor, num am– biente pobre e mau, o coração exgotad J, pen– samos com desgôsto: "Isto lá é vida?!" E desejamos ser fe lizes . . . Ao mesmo tempo que em todo o nosso ser humano guardamos esta sêde de felicidade, sentimos bri l har em nós um raio de luz, ateando um desejo de alegria, levantando uma esperança de melhor se rmos comprendidas e sustentadas . Então, comparando-nos aos moveis do nosso quarto, ou a um cão errante, sentimo– -nos bem superiores à maté1 ia inerte e des– cobrimos em nós todo o valor de nossa jovem intelirrência . Descobrimos, ao mesmo tempo, que ;'osso invólucro carnal contém uma infini– dade de faculdades que nos fazem sentir, julgar, querer, entusiasmar ou chorar. Sentimos, tam– bém no mesmo instante, que nos pertencemos e quP,'em virtude da nossa vontade, somos livres . Porém, há em nós uma necessidade vee– mente do infinito, e qualquer cousa d e lnde– finido, que não podemos ex_plicar, nos diz que 0 nosso destino ainda não e chegado, mas que só na Eternidade sa tisfaremos plenamente o desejo de justiça, de alegria, de felicidade que sentimos no fundo do nos so coração. E só chegamos a· esta conclusão porque descobri– mos a vida da nossa alma. O nosso coração desapegado se une à . nossa sensibilidade para viver e reclamar mais que uma afeição: um amor. Mas nós o que– remos belo e sólido! Êste desejo ele amar, .de se dar, não vem arraigado na nossa natureza humana, porque a·mar é lutar contra nós mesmas, contra o nosso egoísmo, para entregarmo-nos mais to-. talmente A'_quele que precisamos encontrar para lhe fazer a doação completa de nós mes– mas . Se consideramos a fragilidade do nosso corpo e a de licadeza da nossa alma, vemos que fomos criadas para um fim elevado e sub lime ! Amar é tão belo! . .. mas é bem dificil ! No entanto, nós somos operárias! ... Ar– camos todos os dias com pesad os trabalhos ... Concienciosamente compreendemos a utilidade dêsse trabalho, porém não reagimos diante do facto penoso: êle nos enfraquece, a nossa' saüde perde a sua vitalidade e a nossa inte– ligência estaciona, quando devia progredir. Todavia, o pensamento de uma vida su– perior torna-nos mais corajosas para a luta que nos ennobrece e dignifica. Estas reflex ões, j ove n s operárias, vós ia a fi zestes, talvez. São algumas de vós e d as vossas companheiras que tendes d escober to ou que descobris pouco a pouco ( Conclue na página 18)

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