Quero - 1940

preocupa com vaidade.s e futilidades, que ca– racter poderá imprimir nos filhos?! Já sabemos que os filhos são um re– flexo dos pais e que, para aqueles, êstes são as creaturas mais perfeitas que existem sôbre a terra. Conheci um menino, aliás muito in– teligente, que dizia assim : "eu vou ser o que o papai é." Com êste exemplo que acabo de vos citar, podeis muito bem compreender que os pais são e devem ser o modêlo do lar, um espêlho onde os filhos possam se mirar. Por quê os meninos, quando chegam a uma certa idade, c~iticam algumas verdades de nossa santa religião ?-E' porque não tiveram na in– fância uma sólida formação religiosa. Não basta aos pais ensinarem aos filhos o Padre Nosso .. • E' imprescindível que êles lhes incutam no espírito as verdades contidas no catecismo e que estas verdades sejam acompanhadas de exemplos práticos. Vejamos mais um exem– plo: na aula de catécismo, a catequista en– sina ao menino que êste tem obrigação de assistir a santa Missa aos domingos e dias santos de guarda; mas, se, em casa, a ma– mãe lhe diz que só vai à Missa quando está disposta, que não faz a sua Páscoa no tempo obrigatório, onde está o bom exemplo? e isto não vem influir na formação de con– ciência do menino ? E' necessário que os pais de família meditem um pouco · na situação que ora se nos apresenta, e que é consequencia do afas– tamento dos costumes cristãos da família e da sociedade. Como reparar o mal presente, como afastar da infância a crise espiritual e material que a ameaça na hora presente? Só há um problema a resolver : a recristianiza- 12 J . f . C . B . BELÉM- PARÁ ção da famí lia e, uma vez esta santificada, teremos a paz na sociedade, nas nações e no mundo inte iro. A educação i nfa ntil prec isa de passa r por uma ·gra nde reforma, em todos os se us diversos aspectos. Querem saber qual é o ini migo N.º 1 da infância ? E' o cinema. Precisamos f~ze r intensa campa nha contra o mau cinema _e in– sistir não só uma, porém muitas vezes, com os pais de nossas fu turas ben j aminas e aspi– rantes, contra êste grande ma l, fazer- lhes ver claramente as g raves consequencias de um mau filme. Já tivestes ocasião de reparar nas nossas ruas dois men i nos em luta corpora l, um a esmurrar ao outro, sendo necessária a inter– venção de extranhos para aparta- los? Já sa– beis que ternos aqui no Brasi l meni n os pe– ritos em roubo? Isto é fruto do cinema. Êle tem prejudicado grandemente a infância e par– ticularmente a sua formação mora l e religiosa. Colegas! devemos nos interessar muito pelos destinos das nossas creanças, elas são dignas de compaixão - da infância podemos esperar tudo - Tratemos pois os pequen inos com todo 0 amor e carinho, como êles devem ser tra– tados. Façamos de nossos men inos sacerdotes santos, filhos obedientes, esposos ama ntes e cidãos uteis à pátria e à colectividade. E, terminando esta minha palestra, faço um ardente apêlo ao Menino Jesus para que abençôe e ampare tôdas as creanças as quais Êle tanto ama, conforme nos deu provas, quando disse: ·"Deixai vir a mim os peque– ninos, que dêles é o reino dos ceus."

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