Quero - 1940

2 J. f. C. B. BELÉM - PARÁ quero --- São assim as exigências da nossa humanidade, num ra ste j a r a que já nos habituamos, sem fôrça para su– birmos, num "tanto me faz" que a ni– qüila a vontade de fazer o bem- unica alegria consoladora no nosso destêrro. <a\_PROXIMAM-SE as Semanas :J""- que nos relemb ram o Ca1- vário e suas rudes ascen– sões. Recordação histórica, que até os menos crédu lo~ evocam com um certo sentimentalismo ou • • • A filosofia hum ana, que em b e I e za a Vida, não ex iste para os que t êm como lema o velho provérbio orienta l : " quando se pode es tar sentado não se está de pé, quando se superficial. Para êsses - relíquia morta de um velho passado cristão, que seus actos desmentem e sua in– teligência não assimi– lou. E no entanto, que tanto me faz? reservas de fôrça moral e intelectual aí en– contrariam os homens da nossa geração ao se defrontarem com as ideologias materialistas ! Quantos se parecem com aquele Simão de Cyrene que, encontrando-se com Jesus na encosta do Calvário, curvou- se ao duro labor de ajudar o supliciado mas ... resmungando! Mesmo assim, êle sentiu doçura e confôrto logo que aceitou o fardo. Se aprendêssemos quanta consolação ín– tima se encontra nessa caridade activa, que nos une aos sofredores dêste mundo - figu– ras do Grande Sofredor, de que Pascal dizia, com tanta profundeza, que "está sempre em agonia" e que, por isso, "não podemos dormir'' ainda!. .. Meditar êste pensamento de Pascal acti – vará o nosso zêlo .. Entre as frases dignas de se imortaliza– rem, a História repete esta, de BRANCA DE CASTELA A LUis IX : "Prefiro ver-te morto a cometeres um pecado mortal." Grito cristão e ardente, que a santidade do rei - o mais justo e social que jamais existiu - confirmou e consagrou. Joinville. companheiro, admirador e his– toriador fiel e espontâneo de S. Luis, não se alcandorava a estas altitudes. Faltava-lhe a cor agem para preferir a lepra do corpo à lepra da alma - horrorizado que ficava com as ruínas da carne sob. a impiedosa doença. pode esfar deitado não se es tá sentado." Os adeptos dos d espor t os_ não s ub s- · crevem esta opin ião; mas haverá muitos "desportistas" no mundo espiritu a l ? JUVENTUDE, sê d e s portista, sê a Ipi ni s ta para su bir, para esca lar e leva r os outros "montanha acima" ! A sa lvação de muitos depende daí. Para longe, as ex is tências moles e inuteis, que são um fardo para si e mais a ind a para o próximo ! Por quê ence rra rmo-nos no estreito cír– culo dos desencantados? D e i x ar e m os a nossa vida escoar-se sem alvo e não forma– remos em nós uma persvnalidade? ! Se pu– déssemos deixar consolados os cor ações pobrezinhos que se abrem à espera de um carinho ! Cada movimento de nossa generos id ade, por pequeno que seja, pode semear a vida. Custar-nos-há algumas lágrimas? E que tem isso?! Lágrimas, haverá sempre no mundo. Mas, quando são choradas sôbre mi – sérias alheias, dilatam a alma. Esquecemos, até, as nossas misérias ... Não sejamos indiferentes; ponhamos a nossa vontade ao serviço da misericórdia.

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