Quero - 1940

<1uero 18 J. f. C. B. ---- - - Belém-Pará- Brasil A NOSSA LINHACiEM _CRIST~ ♦ Quem ndo achará bela e fecunda esta vida de escondidos sacrifícios da condessa Henri– queta Aymer de La Chavalerie? ! Bela, fecunda e animadora - levantando para as grandes renúncias as almas· cristãs que devem aspirar à Cruz - como ao caminho real que as conduzirá às glórias do ceu. IHENRlQUETA AYMER I idea de reparação foi sempre cultivada com amor pelas almas generosas. A con– dessa Henriqueta Aymer de la Cheva– lerie provou o período assombroso da revo– lução francesa; condenada à morte por ter hos– pedado um sacerdote, por longo tempo per– maneceu prêsa com sua mãe em Poitiers . P os ta em liberdade, após a queda de Robespierre, em 1794, não conhecia outra preocupação na vida, senão a de praticar reparação pelos mui– tos crimes da humanidade. Completamen te às ocultas, pois ainda perdJ.Jrava a perseguição aos religiosos, havia-se formado em Poitiers uma associação de senhoras piedosas com êsse fim e para a adoração perpétua do SS. Sacramento, bem como para a veneração es– pecial do Divino Coração de Jesus. Henriqueta · tornou-se em breve a alma da associação. O guia espiritual foi Abbé Coudrin, que audaz– mente se antepunha às dificuldades para fazer surgir das ruínas uma nova vida. A associa– ção desenvolveu-se, tomando o nome de "Irmãs do Divino Coração e da Adoração Perpétua". Quasi simultaneamente desenvolveu-se um ramo masculino sob a direcção de Coudrin. O nome de Padres e Freiras de Picpus é de– vido à situação da casa matriz, na rua Picpus, em Paris. Os votos perpétuos dos primeiros mem– bros de ambas as associações foram emitidos em Poitiers, a 2 de fevereiro de 1801. Antes desta solenidade, Henriqueta havia sido eleita superiora vitalícia. Significativo para a inter– pretação que dava à sua vocação, é o voto da Cruz, que fez particularmente. Entre outras expressões, observa-se no mesmo: "Faço vo– tos de querer ser crucificada em tudo; no co– ração, no espírito, na vontade, nas acções de modo que devo aceitar tôdas as cruzes, todos -•- Do livro "A Santidade da !areia no Sêculo XIX" -•- os sofrimentos e tôdas as contrariedades que se me oferecerem, exclamando: "Ainda mais ó Senhor!" Até nas contrariedades dos por~ menores da vida diária, devo manter o mais rigoroso espírito de renúncia e de resignação. · Também me comprometo, por voto, a não pro.– curar gôzo algum ." Tôda a sua vida foi a execução mais fiel dessa promessa . Em tudo queria tornar- se vítima expiatória para recon – ciliar a Majestade Divina . Por isso nutria ver– dadeiro e íntimo desejo de submeter-se ao sa– crifício, à mortificação e ao desprêzo de si pró– pria. Quánta penitência não fazia para afas– tar a outros do pecado! Com tal intenção usava constantemente uma gola de ferro, com quatro tinhas de pontas agudas, dirigidas para den– tro, em expiação pelas modas vergonhosas . Alcançou o completo domínio sôbre ~i mesma, tendo em seu poder todos os sentimentos e caprichos, abraçando amorosamente tôda a cruz que lhe tocava . Nenhum sofrimento, por maior que fôsse, não podia mlis aba lar a paz de sua alma ou amortecer seu ânimo. À medida do rigor para consigo, corres– pondia a brandura para com as subordinadas. Olhos amorosos veem tudo pelo prisma do amor, e ela eliminava desta forn:a os impedi– mentos que se apresentavam na vida da Ordem, animando suas freiras para grandes sacrificios. Mas, o seu amor era inteligente; não era a brandura de concessões constantes, mas, sim, um avanço amigavel, constante na trilha ín - greme da vida da Ordem. . Os últimos anos de sua vida, passou-os ela chumbada ao leito, devido a uma conges– tão cerebral. Mais do que nunca manifestou-se a magnanimidade de sua alma neste dol oroso período de sua vida. Faleceu a 24 de novem– bro de 1834, em Paris, com 67 anos de idade.

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