Quero - 1940

2 BOLETIM ~ D A ~ L . F. A . C . O mundo feminino do tempo de Cristo pode ufanar-se de um respeitavel contingente de magníficas arautas do apos tolado leigo . Lá está, em primeiro lugar, a mãe de Jesus , que in icia o seu doloroso apostol ado em Nazareth, com um acto de completa e in– condicional entrega à vontade de Deus: " Eis aqui a serva do Senhor-faça-se em mim se– gundo a tua palavra!" E' êste, aliás, o fun– damento indispensavel pa ra tôda e qualquer p_e~soa que quiser prestar alguma cousa po– sitiva na Acção Católi ca; porque, afinal de contas, não é a perícia ou virtude do homem que faz medrar essa maravilhosa árvore : é Deus por meio do homem; o homem não passa dum mstrumento, instrumento vivo conciente e li_vre, nas mãos do divino Artista;' e, quanto mais doei! for êsse instrumen to nas mãos de quem o maneja, maior será o resultado. " Paulo plantou, Apolo regou - mas quem dá o cres– cimento é Deus" .. . O homem deve ser como cera mole ou argila plasmavel obedecendo a todos os movimentos do supremo ArWice . Tanto mais prestará o homem no campo da Acção Católica quanto mais se conforma r com a vontade de Deus. "Eis aqui o servo do Senhor - faça -se em mim segundo a tua palavra!" - divisa esplêndida para qualquer apóstolo de Cristo! Continua Maria Santíssima o seu apos– tolado na gruta de Belém-apostolado de amor. o velhinho regava a sua plantinha com água gelada, varias vezes ao dia; defendia-a dos raios ardentes do sol, protegia-a contra os in– sectos daninh_os; dava -lhe, enfim, desvelos de zelosíssimo protector. Êis o que devemos fazer com as voca– çõezinhas que adivinharmos nas nossas famí – lias conhecidas, nas que se nos depararem JlOS fortuitos encontros da vida. E nós, militantes da Acção Católica Fe– minina, compenetremo-nos dessa sublime missão: oremos, trabalhemos soframos todos os incómodos, todos os cans'aços do Aposto– lado para assim merecermos que o Senhor mande operários para a sua messe. Sirena J?ibeiro Prosegue-o nas plagas in ós pitas do Egyp to -apostolado da solidão. Torna a leva- lo às montanhas da Galiléa - a::;os tolado da obscu– ridade. Nos anos da vida púb lica de se u di– vino Filho, ela o acompanha através da judéa, da Samaria , da Gali léa - apos tolado do tra– balho. Assiste-lhe os últ imos momentos nas sangrentas alt uras do Gó lgotha - apostolado da do r. E no primeiro decénio do Cristian ismo é Maria o centro afectivo, o coração da Jovem Igreja - apostolado de saüdades e de amor. A mãe de Jesus desempenha tão bem 0 seu papel no banquete nupcial de Caná como também no topo do Ca lvário; difíc il seria dizer onde é que ela fez mais bela figura, aqui ou aco lá; se como "auxílio dos cristãos", se como "mãe das dores ". Ela é tôda "rosa mís– tica" na vida contemplativa, mas também sabe ser integralmente "rainha dos apósto los" em plena actividade da vida social. Tôda de Deus - e tôda do próximo! 11■11 NA cidadez_inha ?~ Betânia, _nã<: longe de · Jerusalem, viviam duas 1rmas, dedica– díssimas ao divino Mestre: Marta é Maria. A sua "Acção Católica" consistia em oferecerem ao exausto viajor hospedagem em seu confor– tavel palacete. Enquanto o amor de Marta se traduzia numa actividade febri l, na cozinha e na dispensa, no afan de preparar ao querido hóspede um bom jantar, a dedicação de Maria assumia a fo rma de um enlevo extático com que escutava as palavras do Mestre. Era o apostolado da acção e da contem– plação, perfeitamente irmanaveis na mesma pessoa, como prova a mãe de Jesus - Maria e Marta numa pessoa. . Quando Lázaro cai doente suas irmãs umdas no mesmo es pírito de fé ~ de caridade' ~andam ~m men~ageiro a Jesus para lhe dizer; Teu am1~0 esta doente". Nada mais. Não ped~m cotSa alguma . Parece que essas du as frequentaram~ a escola de Maria Santíssima, a qual, na_s bodas de Caná, tambem se limita a_ uma, simples declaração do facto: "Não têm v111ho'. . . E' be~1 o esp írito da Acção Católica fe– m111111a : carinhosa solicitude e discreta reserva. • Q . . - ,. ., . (> . .

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