Quero - 1940

rr""""-=== -----====== ......----....... ,,,..,::~;;,;;;;;;::::;;:;::::;;::;:;::;;;;;;;;;==;;:;;;;.;;.,;..,..,.,.._;....,;.....;______.;___~;;::;:;;::;:;;::;:;;::;:;;::;:;;::;:;;::;:;;::;:..;____.,.. A 7 DO CINEMA ,e. ~t\h\clo C\?ie\ta g. J· (Transcrito do "Correio da Manhã" de 6-9-40) conjunto de qualidades naturais", é recalcado cada semana no subconciente de mais de duzen– tos e cincoenta milhões de amadores de ci– nema, de cento e vinte milhões de jovens de menos de vinte e cinco anos! Compreende-se que o cinema exerça em nossos dias· um pa– pel tão importante em nossa ·vida moral. Pelo drama ou pela comédia, apresentados com arte, oferece êle ao mesmo tempo, às escân– caras ou mascarada de mil disfarces, "uma li ção de coisas que instrui no bem e no mal com mais eficácia, para a maioria dos ho– mens, do que o raciocínio abstracto." O dr. A~onso Louzada, comissário de vigilância, pu– bhcou um ensaio sôbre a influência do cinema , e da literatura na educação da criança . Tra– ta-se de testemunho de todo insuspeito. O autor é discípulo de Claparede; verbera os 1-?reconceitos éticos, os · dogmas inflexiveis e imutaveis. Refere-se aos grilhões da metafisica e ~ outras frases feitas, verdadeiras antiqua– lhas que hoje fazem i:ir os homens sisudos e po~d~rados. O cientificismo presunçoso e o ma– ten~hsmo pedagógico trouxeram ao mundo pa– ganizado essa balbúrdia que aí está. Ouçamos 0 dr. Louzada : "De todos os espectáculos, ne– nhum se sobreleva ·ao cinema, nos seus efeitos danosos à educação da juventude, já sentidos cn:i to~o o mundo, comprovados por estudos mm~ctosos de especialistas. E' indisci.Jti~el a sua mfluência sôbre a mentalidade e a mora– lidade das cri~nças e até mesmo dos adultos. Desde o seu advent'.) o famoso invento de Lu– miere começou a ev 1 idenciar a necessidade do Estado premunir-se com medidas de deresa social contra a nocividade dêsse poderoso meio de _propaganda e de persuasão. Nos Estados Umdos verificou-se um aumento de 50 º/. da criminalidade infantil, sob sua responsabilidade." Observamos que para isto contribuiu igual– mente, segundo o juízo de abalizados crimina- J. f. C. B. Belém-Pará-Brasil listas, a peste do ·ensino leigo. Confirma o dr. Louzada suas asserções com alguns exemplos e exemplos muito nossos. Faz ainda judicio– sas observações sôbre outros aspectos do in– fluxo malígno do cinema, como sejam as gra– ves perturbações nervosas, o estímulo de curiosidades pernic1osas, as excitações à imo– ralidade, as desordens de ordem mental, moral e intelectual, as deformações do caracter, etc. Pio XI lembra as terríveis ameaças de jesus Cristo contra os corruptores dos peque– nos, ao referir-se a êsse brutal assassínio de almas jove·ns e de crianças e as inoçências que se perdem no ambiente corrupto de uma sala de cinema. EntretiJnto, é hoje o cinema. uma ·fôrça que ninguem logrará destruir. Parece mais ne– cessário à vida do homem do que a imprensa e é mais eficaz que êsse meio de propaganda . Não deveríamos perder de vista que o cinema só deve ser frequentado ~nquanto é util a um honesto descanço das ocupações às vezes bem penosas, do ganha-pão quotidiano; é o princípio geral que deve guiar a todos na es– colha e no uso de tôdas as distracções, e do cinema em particular. Donde se segue que um católico não pode tranquilizar-se com o sim– ples facto de não assistir às representações con– trárias à fé e à moral. Mais que isso. Ainda que tôdas as pelí– culas que podem tornar-se uma ocasião de ruina espiritual não tenham caido sob s repro– vação eclesiástica, é mistér evita-las. Esta ca– tegoria de espectáculos pertence ao lndex na– tural, assim como certos livros que, sem se– rem expressivamente proi'bidos, são interditos pela propria conciência da pessoa que neles vê algum mal. Há actores e actrizes que transtor– nam completamente certos espíritos fracos . Nu– merosas ad111 iradoras desconhecidas, segundo refere Margarida Bourcet, em artigo publicado nos " Études" , suicidaram-se em consequencia da morte de Rudolph Valen tino , o rapaz de beleza quasi animal, de olhos lânguidos e beijos ardentes. É desnecessá rio demonstrar que o ci nema, em ra zão de sua influênci a dominadora, me– rece Jogar proeminente, não só no campo da acção católica, ma s em todos os movimentos sadios que visem. o reerguimento da moral pú– blica. Virtude ou vício em acção, tribuna ace - sível a todos, ninguem ignora o bem ou o mal ( Co11clui na pág. 20)

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