Quero - 1940

,.... JI Igreja, sempre preocupada com todos os problemas que se relacionam com a moral, nunca dei xou de volta'r s uas atenções pa ra os espec~á~ulos p~blicos, relaxação necessária para o espmto afadigado, mas fonte, muitas vezes·, de lamentaveis abusos. Desde muito, senti~a r'i; os católicos da Eu– ropa a necessidade de premunirem-se contra os estragos do cinema imoral. Com êste fim o "';::u~lifé Cafholi~ue du Cinéma", na Franç~, e a L,gue Ca thohque du Cinéma", na Bélgica, ~m~reenderam uma bela campanha, cu jo ob– Jectiv? er~ melhorar a escolha, a produção e a orgamzaçao dos programas cinematográficos. Nos _Es_tados Umdos, em prin cípios de 1933 ª energica reac ção do episcopado american~ co~tra o deploravel estado do cinema conse– âuiu vence r, em r:arte, a resi s tência dos pro- utores. Desde entao a Leg1·a-o de D A • · d ecencia, or- ~~tza ª entre os católicos ame ricanos e esten ~ a aos m~mbros de outras .confissões reli= g1osas, continua a exigir um certo . I 1 para cad rnve mora Em 19~~ nova pro~ução lançada ao público. Pio XI~ ' graças a _es!e movimento saluta r , em sua enc1chca v· ·1 · ' os espectáculos cinemato ,;gz anti cura, sôbre congratular-se com o gra cos, houve por bem jada reacção e acre s promotores de tão dese– recti vas. Eis que i!c~~tar outras normas e di– ciavam sua sub~iss:01-atamente depois, an un– Hollywood . · as grandes firmas de Para impedir O çi nem . e~er c er sua acção nefasta a d~ c~ntmuar a 0~1enta-lo a maior glória cte ~is amda , J?ara Pio XI a missão do e . eus , especifica empenhados na indústrl~s~opfi~do, dos católicos fi~is ~m geral. Examinemo~ à ~e e de todos os d1rect1vas pontificais dond ' uz das recentes . , e vem O d cmema e qual deve ser O d po _er do católicos dia~te desta potênc:~ 0 de agir dos A humilde datilógrafa atord interminavds de teclado, 0 pobr°ada p~r.horas tenuado ao cabo de repetir mil e operano ex– gesto mecânico, não procuram nvoez_es o mesmo · d cinema · mais o que alguns momentos de d ' m_uito de esquecimento das preocu a _ 1st racçao e existência penosa . Encontram p /º~s d~ uma coisa . E' que tôda representa ã'o /rem, a1 o~tra constitui, de certo modo um çpadra!onedma t?dgrafica · d 'd ' e v1 a. Es- tas imagens a v1 a reflectem pro ble d 1 d mas e mo- ra , o mesmo modo que a própr 1·a 'd é N • v1 a os con- t m. ecessanamente, o filme traz a . - · f , 1 seu audi- tono uma ormu a moral. Esta fórmula apresen- 6 J. f: C. B. Belém- Pará- Brasil ___ ....,,,...._,,__~ .-...-~ OPO.DER ta-se ás vezes sem rebuços, como nos filmes decid idamente bons e dec idid amente maus. Dos primeiros, sa~ a alma enobrecida e como que envergonhada de suas · bai xezas quo– tidianas; dos segundos, sai conspurcada pelas cenas de poderoso realismo, em que tripudiam a fraude, a violência , a infidelidade conjuga l e outras misérias degradantes. Compreende-se que semelhantes padrões pe vida mereçam os estigmas do Santo P adre: " São ocasiões de pecado; impelem a juventude nas vias do mal, porque são a glorificação das paixões : mostram a vida sob um fa lso aspecto; ofuscam o ideal; destroem o amor puro, o res– peito do casamento, a afeição pa~a com a fa – mília . Podem até criar preconceitos e!1tre os indivíduos, desinteligê ncias entre ~s n~çoe~, en– tre as classes sociais, entre r aças 111té/ras. Or– dinariamente, prefere o autor propag ar suas ideas so rra teiramente: omissões de factores es– senciais e exagêro de outros secundários, tudo ent ra em acção para o desenl ace de u_m ca~o de conciência , afim de inculcar urna onentaçao que é recebid a ta nto mais depressa quanto menos se percebe o ardil. Comentando uma horripi lante tragédia, fruto do mau cinema escreveu M. Hermas Bastien, na "Action c;nadienne-française": "Ja– mais, no ·curso da nossa hi s tória, foi nosso povo vítima de um agente tão funesto de defor~~– ção como o cinema . . . O filme mata a comedia e elimina o livro. E' a irrefl exão que lança no ostracismo a inte ligência . . . A inteligênçia não se nutre em vão com históri as de bordel , sem que uma moral epicúrea entre nas a lmas." Pro– vém esta deformação , e m grande pa~te,_ das directivas dadas, não aberta men te, mas 111smua– das e praticadas an te o o lh ar po uco descon– fiado do espectador. E tudo ·isso ord in ariamente, sob urna rou– pagem atraente · 'tudo isto embalado nos ritmos possantes de u~a música enervante; tudo is to sublinhado por habeis jogos de lu z e, muitas ~ezes, peld película cromática! Tudo isto, graças a sedução de habeis artistas " homens e mulhe– res escolhidos em razão de sua arte e de um

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