Quero - 1940

de Deus e o fact o de se prestar culto às cria– turas, em vez de ser ao Criador, tra zem con– sigo, como diz S. Paul o na epí stola atraz ci– tada, a perversão do senso moral. A mais desave rgonhada imoralidade reina sobranceira entre os infieis, e está mais di fundida e é mais refinada preci samente entre os sequazes das religiões que se gabam de possuir doutrin as morais discretamente el e– vadas . E is to de ri va do fa cto daquelas reli– giões serem incompletas e in sufici entes em si mesmas, não terem outra autori dade sen ão a dos seus autores, e não poss uírem sa nções de pêso que pos sam refrear efi cazmen te as más incl inações e tendencias da natureza hu– mana . De modo que, na práti ca, a sua acção é me ramente nega tiva, qua nd o el as próprias não são incentivo e causa dos maus costumes , como o prova a realidade das cousas, sob retudo naque les países onde. predominan1 o brama– nismo e as doutrinas de Confúcio e de Buda. Na verdade estas religiões prescrevem costu– mes bábaros e desumanos, que são funestos à ordem social , e legitimam excessos. con– denáveis. Uma particularidade importante da vida social indiana é a divisão das castas . Estas ao princípio eram apenas quatro: hoje con– tam-se aos mil hares. A diferença de castas traz consigo a separação ab$o lt 1ta entre os membros duma e doutras, a ta l ponto que uma pessoa pertencente a uma casta superior des– preza-se de trabalhar, de comer, etc, com outra de casta inferior. E' pro'ibido contrair matri – mónio fora da próp ria casta. A divisão das castas constitui uma au– têntica e triste chaga, que vai cavando um enorme abismo entre os filhos da mesma pátria e causando não poucos males de caracter moral, social e cultural. E, o que é bem mais deplora– vel, êste sistema é um grave impedimento à con– versão do povo indiano, qúe conta mais de 280 milhões de sequazes da religião bramânica. Por isto mesmo o Cristian ismo faz, de prefe– rencia, os seus prosélitos entre os párias, isto é, os sem casta, os expulsos da sociedade. Uma outra chaga social, que tem uma ter– rível repercussão na moralidade pública, é a triste condição a que está sujeita a mulher que segue a religião indiana . Basta dizer que, naquele país , há o costume de fazer casamen– tos entre meninos e que à mulher viuva é ab- 22 J. F. C. B. BELÉM- DARÁ solutamente pro'ibido passar a segundas nú– pcias . Há na lndia cêrca de 26 milhões de viuva s, e entre estas há mais de vinte mil que têm menos de cinco anos de idade! Estas viuvas são condenadas aos traba– lhos mais grosseiros e aviltantes; pouca alimen– tação e maus tratos são o seu pão quotidiano, o desprêzo de todos o seu destino para tôda a viáa. Na China a religião permite, além•da po– ligamia, a morte dos recem-nascidos, espe– cialmente se · são meninas: ainda hoje mesmo o infanticídio é praticado neste país em larga escala. O islamismo, já o dissemos, legitima tôda a sorte de patifaria, como considera obra me– ritória a matança dos cristãos. Isto acontece entre os povos ditos civi– lizados. Nos povos primitivos e grosseiros encontramos, regra geral, costumes mais sim– ples e mais equilibrados ; porém o baixo nível de cultura , em que êles se encontram, produz fen ómenos de tanta ferocidade e crueldade que fazem estremecer os nossos nervos de homens civilizados. Já nos referimos a alguns ritos desumanos que são índices seguros da bar– baria. Em muitas tríbus africanas massacram– -se cr uelmente os apontados como maléficos . No cen tro da África e em algumas ilhas da Ocean ia pratica-se a antropofa gia . Assaltos punitivos acompanhados de saques, roubos, ruí nas e atrocid ades de tôda a espécie são fre– quentes entre os sel vagens do contin ente negro e da Améri ca. A pena recusa-se a continuar a triste expos ição de tanta miséria. Basta o qu e dis– semos pa ra nós ve rmos a aberração da mente e a pe rversão do senso moral , que rein am en tre as fals as reli giões, e a grande quanti– dade de males e de misérias e o embruteci– mento que estas dão aos que as seguem . E' a Sabedoria Di vina quem proclama esta verdade : . ."9 abo_mi nave l culto dos ídolos é causa, pnnc1p1v e fim de todo o mal". (Sap, XIV, 29). Como conclusão qu eri a qu e todos reco– nh~cessem a necess idad e de estender aos in– f~l1z_es pagãos a influência benéfi ca do Cris– tia?1~mo, a ún ica religião detentora da verdade e u111ca possuidora du ma mo ral di gna do ho– mem, moral fon te de civi lização e que asse– gura, o que é mui to importan te, a salvação eterna . (Continua )

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