Quero - 1940

~"O primeiro Concí– lio do Episcopado - Brasileiro, reali– zado no ano passado na Capital da Repú– blica, um dos pontos mais altamente estu– dado foi, por sem dú– vida, aquele que deli– berou u m t r aba I h o unânime do clero e das sociedades cató– licas em prol da in– fensi6cação da fé no Brasil. Lemos algures ser essa intensificação uma necessidade i,n– perativa de uma Nova Cristandade que se inicia agora no vigé– simo século. Nova Cristandade que se desprendeu em parte do espírito medieval de dilatação da fé, par a mover-se mais num círculo de inten– si6cação. O Brasil, podemos dizer, é um pais to– talmente católico. O maior, talvez, de quan– tos haja. Porém não é entre todos o melhor. Isso por deficiência de nossa cristianiza– ção primitiva, pel.os êrros e defeitos que ela conteve, pela nossa má sorte, enfim. Fôs– sem tudos os nossos primei rc, s catequiza– dores homens como Anchieta e Nóbrega, e hoje o trabalho de in– ferrsi6cação, fo~se em– bora necessári0, não seria tão trabalhoso e premente, tão inadia– vel mesmo . 12 J . f. C . B . Balem-Pará-Brasil lntensific ação da Fé O Brasil é católico, já dissemos, mas, na sua maior parte, pre– cisa saber ser católico, precisa deixar de lado, se assim podemos di– zer, êsse catolicisn,o a seu modo, frio e in– diferente, meio cristão e meio mundano. O baptismo da Cruz cristã de Frei Henrique de Coimbra, quando o Brasil ainda no bêrço, não é por si só, como não o é o bap– tismo sacrá menta 1, .prerrogativa bastante para o estado católico. Não. Êle deve profes– sar a doutrina, viver um catolicismo mais intenso, mais cristão. Com o novo rumo que se propõe a Igreja no Brasil, êle virá tal– vez, Deus o queira, a melhor conhecer o ca– tecismo : o a b c e a súmula da doutrina católica. * * * Pio XI, instituindo a Acção Católica, nos • 97/onso 5llíma • dá a impressão que, no momento, tinha ;is vistas voltadas para o Brasil. Não que o mundo intei'ro não precise da Acção Ca– tólica, porém, porque o Brasil, mais do que todos, dela necessita. • E se assim foi, se não nos enganamos, acrescentemos que o Bra~il vem correspon– dendo na medida de suas fôrças, a êsse olhar de bondade e de interêsse. O Brasil católico não fugiu dêle, não se negou a com– preendê-lo e está dis– posto a segui-lo em tôda a sua magestosa rota, que vai da terra ao ceu, do mundo ao Cristo. · Vemos isso no gran– dioso movimento ca– tólico que se faz hoje em todo o nosso ter– ritório. No Sul, Centro e Norte o catolicismo passa por um daque– les benéficos momen– tos que, geralmente, levam para o alto. O comodismo, a moleza, a falta de vontade, vêem-se vis-a-vis da sua antítese. O clarim papal re– percutiu forte na alma r.ató l ica do Brasi l.. A Acção Çatólica de Pio XI, no limiar da Nova Cristandade de que falamos, é a cru– zada bendita e aben– çoada, única para "o momento tm que vi– vemos", a mais opor– tuna e própria para o movimento de intensi– ficação da fé. O Papa da Acção Católica parece aus– cultou o mundo, es– pecialmente o Brasil, soube-lhe a enfermi– dade e muito acerta– damente, do alto do trono que sobrepairà o mundo, ditou-lhe o remédio. Acção Católica! ... Acção universal. Não -só, porém, no sentido de uma acção que abrange o mundo inteiro, todo o uni– verso, mas, naquele outro sentido, ainda mais importante, de uma acção que abrace tudo em nós, tôdas as nossas faculdades e sentimentos, tôda a nossa vida .

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