Quero - 1940

prêzo, procurará fugir de tamanha humilhação, e· perderemos um elemento que-quem sabe?– não seria mais tarde verdadeira apóstola? ✓ Por conseguinte, minhas caras amigas, se queremos ser verdadeiramente conquista– doras, se queremos ver o nosso ideal reali– zado, sejamos, sobretudo, amaveis, principal– mente em se tratando destas que lutam de , 11 J. f. C. B. Belêm-Parã.-Brasil verdade pela vida, afim de que não se ve– nham a revoltar contra o próprio Deus, que, se não lhes envia directamente, o bem-estar, manda- nos, a nós, para lhes suavizarmos os sofrimentos _e revoHas morais e conduzi-las com amor ao aprisco de sua Igreja . E#ilitante jàcista 1f)UANDO duas classes ~ dependem entre si, há, com frequencia, entre as pessoas que as compõem, sentimentos de ódio, de ani– mosidade que se manifestam sempre que haja ou não ocasião. ODIO tam os superiores com gros– seria. Qra, se queremos ter direitos, cumpramos antes e bem os nossos deveres. Se– ja mos, e_ntão, corret.:tas, deli– cadas, atenciosas cornos nossos chefes . Deixemos aos outros o papel de incorrec– tos, egoístas, maus. DE Isto se verifica em qual– quer meio: entre professores e alunos, entre chefes de es– CLASSE'S Se estais satisfeitas - critórios e empregadas e também, e com mais veemência, entre os gerentes, donos de fábri– cas e uzinas, e suas operárias. Não falo da luta de classes em que se defendem com ou sem razão interesses anta– gônicos. Refiro-me à animosidade, ao rancor, que pessoas de classe mais-elevada, votam sem razão plausível a outras que lhes estão sujei– tas, sem que tais sentimentos sejam motivados por Iuta de interesses. Há patrões que responsabilizam as ope– rárias por qualquer acidente que acontece na fábrica ou uzina. Sei de um que, há bem pou– cas semanas, chegou ao cúmulo de ameaçar as operárias de desemprêgo, pelo facto sim– plicíssimo de ter havido uma explosão na Fábrica, dias depois de ter lá ido uma 111ilitante da Joc, para fundar um núcleo entre elas . Como o acidente fôra casual, não havia rcsponsaveis; o Sr. ~atrão achou por bem vingar-se, assim, inesqu111ha111ente, nas operárias, que deviam escolher entre frequítentar as reüniões ou per– der o lugar. ~as ne~n t_odos os patrões são maus e nem tao ego1stas, e há, infelizmente muitas operárias que não correspondem nã'o tràba-– lhat11 co~ ~ dedicaçã? que devi~m, pois são pagas para isso, e, alem de tudo , ainda tra- ficai alegres. Mas se estais descontentes, se as cousas não correm bem, a-pesar de vossa boa vontade, ficai calmas. E quando tiverdes que reclamar alguma cousa, uma i n j u-s ti ç a, não deveis agir irrefletida– mente, pracurai a autoridade competente: ins– tituto, sindicato, ou qualquer outra agre– miação de classe a que pertençais. E po– dereis, então, verificar o poder da autoridade' e a fôrça moral de quEm pede justiça sem se exaltar. Quando estamos exaltados. falamos de mais, gritamos, perdemos um tempo pre– cioso e também, não raras vezes, uma boa parte da razão. Principalmente não tenhais a menor som– bra de rancor contra os vo:,sos chefes, sejam êles injustos e crueis. Custe embora algum sacrifício, séde sempre as primeiras a dar exemplo de brandura, tratando-os com deli– cadeza, a-pesar cle tudo. E quando se puder dizer, sem temer con– testação, que a operária é leal, cumpridora à · risca dos seus deveres, nesse dia terá a classe ganho a consideração geral, a estima dos pa– trões, porque terá transformado o ódio mes– quinho, vil e injusto em amizade, justiça e fraternidade. ( fll da ptação)

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