Quero - 1940

J. f. C. B. 5 Belem-Pará-Brasil OE 11 0S CRISTÃOS E □- MUNDO" IUEM junto de nós, há corações que &!!J sofrem sem que Qínguem os am– pare; há vidas que se perdem, por– que ninguem lhes revela ·o seu esplendor. Ouví esta história : Há anos. um rapaz muito novo mor– reu em Bruxelas, num grande hospital. Tinha passado a infância na mais nua mi– séria. Estala a guerra ( 1914-1918), o pai segue par~ as trincheiras; a mãe, por esta ocasião, morre; a Assistência pública re– colhe-o. Dépo,is da guerra, o pai toma conta dêle, mas pouco se pode o eu par com a creança, que vagabundeia pelas ruas de ~Paris. Com·o tem "de fazer pela vida'' -. como êle diz - fa.z -se ''groom", vendedor de jornais, tapeceiro, pintor, de– corador, mergulhador, moço de fretes, "boxeur", e, por fiin, porteiro, nesse .hos– pital de Bruxelas, onde devia morrer aos 22 anos. Um dia, descendo de um andaime, a terrível doença se revela por um es– carro de sangue. Entra num sanatório, e sofre a mais completa penúria . .Ninguem lhe estenderá uma ajuda fraternal? Sim : um dia, êle é · "fichado" pelo Serviço jàcista dos doenlPs. Olham por êle, ro– deiam:.no de afeição; salva-se no corpo e , na alma. Abre-se para êle uma nova vida, torn-a-se apóstol-0 em tôda plenitude. Ouçamo-lo : " N 6s, jôcistas doentes, nada podemos para a conquista de novos irmãos; mas podemos muito na coAquista espiritual, graças às nossas orações~ sofri– mentos e às nossas horas de abatimento e impaciência ." Assistindo a um concêrtó, executado por 50 músicos ce_gos, Carlos Bouchart– como se chama- fica pensativo, enquanto todos aplaudem; ·a l g u em pergunta-lhe ·a razão: "Se eu pudesse dar meus olhos a um dêsses !'' - O momento de morrer aproxima-se: "Morro feliz; não chorem por mim. A minha vida, eu a dou .pela Joc. pelos meus companheiros de trabalho ... Sinto não ter nada mais para dar, senão a minha vida; ~e mais tivesse, mais daria." Eis a que píncaros pode alcandorar– -se uma alma , se encontra em seu cami– nho uma mão fraterna que lhe aponta as alturas .