Quero - 1940

14 J. F. C. B. BELÉM- PARÁ CON-CLUSÕES D A S P AGI N AS 7 E 8 ONatal na Mú~ica com vanos bur aco s para poder seccionar a coluna do a r e por co n s eg u i nte va ria r os sons, fa zendo a melod ia. Vêmos, então, como não só a músi ca sacra mas mesmo a profa na e todos os in s– trumentos, sobretudo os de sôpro, são usados nas ·pastorais do tempo de Nata l. Pois, até o samba tão bras ileiro, mas tão profano, abandona os temas sedi ços , para fes – tejar a seu modo o Nata l ! E o Papai Noel é quem paga a festa e, a-pesar de ser tão velhinho e es tar tão ca r– regad o, fazem-no sambar tôda a noite dizen– do- lhe com insistência: Não tenho amor Não tenho nada Papai Noel Seja meu camarada ! O fo lk-l ore de todos os paizes é bem · rico de mo tivos e cambiantes qu ando se ins– pira no Mi s tério da Incarnação do Verbo. ....... . .. . ... . ·_;,· .. . E nunca há de fa ltar in s pi raçã o aos nossos artistas enquanto êles a forem bu sca r nas sãs tradições, sobretudo nas da pátri a e da rel igião. Que essa inspiração nunca falte e sempre ' se fortaleça para deleite de nossos ouvidos, para a conservação dos costumes e tradições, para acrescer o sentimento de fé. e de amor ho destino a que tendem as nossas esperanças. 9'e. 9'aulino ~ressan, !Barnabita mento daquela creança cresceu aos seus olhos com a autoridade que têm aqueles que pregam contra o mal e não o pra– ticam . Como um autómato, ~le acendeu a luz ; queria ver o presépio . . . E a cena tão simples que os seus olhos de creança tantas vezes tinham admirado outrora, surgiu . . . Quant~ recordação ! Como ia longe o seu tempo de inocência ! Se pu– desse outra vez acr e ditar que aquele "Me nin o J e sus " o ia castigar . . . o ia perdoar . . . Se pudesse ! Um soluço o estrangulou . . . E, sem saber como , aquele homem duro, que rou– bara !e que matara, ajoelhou, chorando . . . Mil agre da graça, atrave2 da inocência . Séc ulo de progresso, que vens ma– tando tôdas as crenças, tôdas as tradi– ções, tôdas as lendas - por quê devastas os campos florid os da inocência com o vento fr io do materia lismo? Que , recor– dará mais tarde essa creança, que não teve na sua infância um mundo de fantasias e de ingenui dade em que vivesse tão rea l– mente como na vida obj ectiva ? Guardemos a inocência das creanças . Se Paulo não ti vesse deixado transbo r– dar toda .a inocência de que sua alma es– tava cheia - teria êle tocado aquela ou tra alma tão esqu ecida do Bem, mas que não pôde resistir à fôrça daquela fragi– lidade?!

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