Quero - 1940

,,. • 17 J. F. C. B . BE.LfM - PARÁ S PAULO PRIMEIRO HERÓI DA ACÇÃO- CATÓLICA . ' (CONTINUAÇÃO ) [Homo CJ)ei- O varão de Deus 2 ) O amor divino de S. Paulo não se dá por satisfeito em louvar a Deus pessoalmente. Quere correr pelo mundo afora, por ter ra e mares longínquos, até que a humanidade in– teira entôe r.om êle o cântico de louvor di– vino: faz-se pro pagador das glórias divinas. "Anunciei o teu nome aos meus irmãos" ( Hebr. 1 1) ) . E' só lembrú-se do que êle fez em Éfeso, Antióquia, Corinto. - Di ante de ju– deus e pagãos, ignoran tes e ~ábios de Atenas ... Até na presença dos gove rnadore pagãos de Roma! Todos ouviram o poderoso brado da sua fé vitoriosa. "Viemos trazer-vos a boa nova para que dês tes ídolos vãos vos conver– tais ao Deus vivo" ( Act. 14 15 ). Grito tão es– trondoso que o eco reboa po r todos os países e tem pos . Como poderia deixar de ser ass im se êle traz uma nova que interessa tôda a humani– dade, ensina uma ciência pela qual ninguem fica indiferente ?! São muitos os sábios e mes– tres que doutrin am . Falam de minerai , ani– ntais e outras coisas materiais ou pelo menos temporais. Aí vem um que fala de coisa mais elevada : de Deus, da eternidade, da vida fu– tura e imortalidade. A ciência dos primeiros é mineralogia, zoo logia, ant ropolo ,ia - a de Paulo, teologia. O ter reno dos pr im iros é a hi stória profana, o de Paulo a história sagrada . Ele fa la da passagem de Deus pelos séculos. A sua tarefa é descobrir as misteriosas pro– fundezas da Providência , perscrutar as causas últimas e principios básicos de todos os seres e acontecimentos: reduzir tudo às suas razões eternas. O objectivo dos estudos do sábio da terra é o grão de poeira, chamado terra, Pau lo fab do Deus on ipotente e eterno. Propâgar a fé em Deus, nada há de mais necessário. ''Sem fé é impossível agradar a Deus. Pois, quem se aproxima de Deu deve crêr que Êle existe e retribui aos que o pro– curam" ( Hebr. 11 6 ). Quem invocar o no111e do Senhor será salvo. Mas como invocarão aquele em quem nã o creem, como crerão na– quele de quem não ouviram, com~ ouvirão dele se não há arauto?" ( Rom. 10 13 ).-Com– preende-se que o Apóstolo elevava a voz como uma trombeta. 3 ) Não basta Deus ser reconhecido, urge trib11t ar-lhe também a devida honra. Não é su– ficiente compreendê-lo pela inteligência, o ho– mem tod o deve abraça -l o. Só quem faz isso o encontra sem depois perdê- lo. Precisa-se, pois, de culto exterior. E lá vai Pa_ul_o !m– plantândo o novo culto religioso e ltturg1co. Com quanto ardor incentiva as assembl_eas r~– li giosas, que zêlo em guarda- las na rntegn– dade evangélica, para, por meio delas, desar– raigar os ritos pagãos. E, sobr_et~d_o, como se esforça em implantar o novo m1steno de amor, o culto eucarístico . Culto, êsse, que deve tomar o lugar de honra . 4 ) Louvar a Deus e louva-l o pelo culto oficia l, já é muito, porém não é tudo. O ~er– viço do Deus amado se deve extend~r a toda vida. Os costumes se devem aperfeiçoar, os corações purificar-se, tôda a sociedade h~r mana firmar-se nas suas bases. Paulo, o varao de Deus será o defensor destemido dos man- , damentos de Deus. Sombrio era o aspecto dos costumes da . época. Era a dança em redor d_o b~zerro de ouro com tôdas as suas consequenc1as dege– neradoras. Que confusão nos princípios morais! E a vida prática? "São repletos de tôda a injustiça, ma– licia avareza, perversidade; cheios de inveja, hom'icidio discórdias, dolo, astúcia; são mur– muradores, caluniadores, ímpios, e carnecedo– res, soberbos, fanfarrões; inventores de mal– dade insubmissos aos pais; insensatos, ho– men; sem palavra, sem caridade nem pie– dade" (Rom. l W). E por quê ? "Uma vez que se negaram a reconhecer a Deus, entregou-os Deus aos seus sentimentos depravados, de modo que cometeram inconveniencias" (R,om. 12 ). ( Continua)

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