Quero - 1940

[NlRE OUAS COLEGAS "';'\ UAS colegiais palestrando. Uma delas: ~ Oh! mas aqui no Colégio nós rezamos! não começamos coisa alguma sem que primeiro se reze. Se vamos assistir uma aula, é preciso rezar no início; se vamos ao refei– tório, rezamos antes e depois das refeições, se vamos deitar ou levantar, rezamos. P'ra quê tanta reza? E se fôsse somente nestas ocasiões! Pela manhã, passamos uns trinta ou quarenta minutos ass·istindo a Missa, e com êste novo capelão uma hora no mínimo. Depois, vamos tomar café e novamente regres– samos à Capela para rezarmos o têrço. Aí passamos seguramente uns 20 minutos. Ainda tem mais uma: ao meio dia e às 6 horas, quer da manhã ou da tarde, infalivelmente rezamos. P'ra quê isso? A sua interlocutora depois destas pauli– ficantes reclamações, pergunta-lhe: Quantas vezes comes por dia? -Ora que pergunta! O alimento é ne– cessário para sustentar o corpo. 14 j . f . C. B. BELEM - PARÁ A ouvinte: assim, como a oração é ne– cessária para o sustento da alma. Pois ouve: eu, sinceramente, procuro alimenta r minha alma da mesma maneira que o corpo. -Então achas que a oração alimen te a alma ? Qual nada. . . a oração não sustenta nem pode sustentar a alma. A sensata colega, que a ouvia, verifi– cando que esta falava em tom de gracejo ou mesmo porque não tivesse outro assunto para distrair-se, procurou retirar-se. Quantas não dizem como esta ingénua! Porém umas dirão porque não sabem, e ou – tras, o maior número, falam como esta, para gracejar. Eu não posso compreender como essas duas meninas, colegas de turma e internato mais ou menos da mesma id ade, tendo a~ mesmas aulas de religião e os mesmos ensi– namentos das nossas dedicadas e incansaveis Mestras, não possam ter quasi a mesma men– talidade, se bem que não tenham a mesma inteligência. Sôbre o que ela se refere acho incrível: pois, ao cabo de tantas e boas exortações recebidas, ainda ela não_ crê que a oração é necessária à alma?! Afirmo o aue disse a

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