Quero - 1940
12 J. f_ C . B. - -- --- BELEM - PARÁ Um martir do amor B\ barão Artur S.... , filho V dum protestante muito rico, em viagem de tu– rismo pelas principais cida– des da poética Itália, estava em Livorno por ocasião da festa de Corpo de Deus, que aí se celebra com uma pompa sem igual. Um sol radioso, a alegria do r e p i c a r dos sinos, as casas Hndamente ornamen– tadas que até pareciam artís– ticos altares, as ruas atape– tadas de flores expressavam a magnificência desse dia. A multidão silenciosa e recolhida se ajoelhava à passagem do Deus eucarís– tico conduzido pelo santo Arcebispo, sob um pálio de ouro, acompanhado pelo clero e a nobrez:;i da cidade. Sõmente o jovem barão tinha a cabeça erguida no meia de todo aquele povo cur– vado, e ria ironicamente da "superstição papista". · De repente, a ironia de– saparece de sua fisionomia; muito pálido. cai de joelhos em terra, e uma torrente d€ lágrimas inunda-lhe o rosto . Que lhe sucedera? SANTISSIMO SACRAM[NTO O próprio protestante diz: "Enquanto olhava, in– crédulo, o centro da custó– dia, parece-me que o Sal– vador, Jesus, lançou-me um o1h ar de indizível doçura, de tristeza e de censura; então, passou-se em mim ai gum a coisa que não se pode descrever, caí de joe– lhos, acreditei e adorei" ... O jovem protestante ab– jura o êrro e entra na Com– panhia de Jesus, onde seria, mais tarde, uma das glórias. Seu amor pelo Augusto Sacramento do altar era admiravel. No tempo pascal, por or– dem dos Superiores, partiu para auxiliar um idoso vi– gário, numa paróquia das montanhas de Sabine, par– ticularmente infestada na– quela época por bandos de ladrões. Uma noite, o bom vigá– rio foi chamado para aten– der a um enfêrmo, e o Pa– dre S .. .., querendo espera r seu regresso, fica à j ane la contemplando o mag ní fico ceu estrelado da Itáli a, no magestoso silên ci o da noHe . Dirigia seus olhares para a modesta igreja situada a al– guns passos do presbitério e seu coração de re li gioso e de á~óstolo adorava com amor o Divino Prisioneiro, e sentia uma santa jnveja da humilde lâmpada do san– tuário, que projectava . sua luz suave através das vidra– ças. Súbito, êle ju lga ver uma sombra mover-se na igreja e, impelido por um pressentimento, vai dire· ito à igreja, cuja porta encontra entreaberta. Olha para o altar e.estremece de horror: d0is ladrões estavam diante do tabernáculo aberto, e se dispunham a apoderar-se do precioso cibório que con– tinha as Espécies sagradas. Que fazer? .Êle sabe que no fundo da igreja, debaixo da tôrre, há alviões à sua disposição-o primeiro pen– samento é de apoder:ar-s~
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