Quero - 1940

6 NERG A da o P ARA apontar um modêlo de energia de vontade aos apósto l os da Acção Cató– lica, nada melhor do que fazê -l o na pes– soa de S. Paulo. Quem j á leu as suas ep ís– tolas conclui u logo se r o excel so apóstol o dos gentios um homem dotado de fér rea vontade. Saulo, como Paulo, são exempl os vivos para todos os tempos . Antes, uma rara energia para fazer o mal e perseguir os cr i stãos . Depois, maior energia ainda para fazer o bem, glorificar a Deus e apostoliza r. Êle, depois do mi lagre de Damasco, mais do que todos podia dizer: O Senhor é a minha fortaleza, a quem temerei ? Em S. Paulo a energia e a graça foram os alicerces que sustentaram tôda aquela sua formidavel vida de acção que hoje é uma das monumentais colunas do templ o universa l da Igreja Católica. * * A graça recebêmo- la de Deus . A energia devemos possui- la. Se ela nos falta , procurê– mo-la. Se já a temos começamos a triunfar. A energia a que nos referimos é aquela que em si mesmo é uma potência moral para tôdas as ocasiões, que firmemente nos orienta na tribulação, pacifica-nos na contra riedade, que nos obriga a ficar ao pé do leme, passem os vendavais e rujam as marêtas da vida. Exemplos? Vejamos alguns. Vemos ai um homem velho e em extrema miséria. No entanto, foi rico e feliz. Esbanjou , gozou, e ei-ln no fim . Sente, agora, em tôcJa a sua dureza, o arrependimento da sua dissi – pação, e, mais ainda , a necessidade do que perdera, do que gozara. Porém, resigrn-se, não desespera com r.J acoõselha a natureza. Alonguemos a vista. Lá longt>, está o mar. A noite é negra. O vento sopra rijo. As J. f . C. B. BELEM - PARÁ águas revoltas balançam a esmo uma peque 1a barca que apanharam, traiçoeiras . Os tripu– lantes, embora homens acostumados àquela vida, tremem de med o. Há ali um homem, porém, que está firme no seu pôsto. É o timo- neiro. Atento ao leme, êle luta contra os elementos. E vence-os. Horas depois, todos salvos, viajam tran– quilamente. N ão f ô sse a energia do timoneiro! Estamos agora numa Yl/onso .:l?íma praça em d ia domin– gueiro. A alegria é rui– dosa . Bandos de moças e rapazes pilheriam. Um sacerdote, chamado às pressas a confessar um doente, tem for– çosamente que atravessar essa praça. E o fa z. A cor negra do seu trajo destoa de tudo o que há ali. Traz na mã o urna pequena ma– l eta: são os paramentos. Suspenso ao pescoço por uma pequena fita e dentro de uma boi- · sinha, traz o Senhor dos mundos. Eis que alguem, quando êle va i já em meio do largo, diz uma pilhéri a para um grupo. A garga– lhada é geral. O sacerdote ouviu, referi am-se a êle, mas não se importa. Mais adiante, uma mo– cinha diz-lhe uma graça. Ouve muitas outras gra ci nhas e injúrias. Porém, o padre continua an dando. Parece não ouvir. Quanta energia não dispendeu entretanto aquele bom sacerdote! * ,r.~ Ei s ai exemplos de energia da qual não pode prescindir o apóstolo cri stão. Quantos contratempos e contrari edades não depara, quo– ti dianamente, o j ovem após tolo leigo! Quantas vezes não se verá êle, como o timoneiro, num agitado mar de ódi os e descrenças !- ou como o sacerd ote ve r-se-há escarnecido e a seu su– blime apostolado por um magote de l evi anos! E êle não passou pelo criso l de purificação, nem se armou para es sa luta durante longos anos de estudos no seminário, como o sacer– dote. Deve equipar- se agora que deseja ser apósto lo. E êsse equi pamen to só o encontra rá na graça divina, na ene rgia que êl e poss uir. Vontade energica e a graça, ei s para o j ovem da Acção Ca tólica a base e a fô rça. Se, defrontando obstácul os, ouvindo os sarcasmos dos céticos e dos i ndiferentes, não ti ve r con– sigo o apósto lo a firmeza necessária para ven– cê-los, então pode deixar de o ser. Falta- lhe o dom de Deus para o apos tolado . Fa l ta- lhe energia para vencer.

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