Quero - 1939

[ . J . F. C. B. BELEM - PARÁ OQUE PENSAM - "Prazer, somente prazer, é o que quere a moça de hoje ... " queixava-se um chefe de fa– mília, pae de três meninas, homem honesto e virtuoso . 1- . Senti que receava as influ~ncitis actuais por causa das filhas. ainda jovenzinhas, mas que amanhã serão moças, tendo certas obrigações de frequentar a "sociedade", onde o homem já se está esquecendo da sua origem divina. · Qualquer um de nós, principalmente os pais e mães, não pode deixar de compartilhar das inquietações dêsse senhor, e eu como vós, senti que êle tinha parcialmente razão em .ra– ciocina r assim. Continuou o pae: - Mas ninguem reage, nem levanta a voz para soerguer a mulher, a sua dignidade ! ! Não me foi mais possível ficar calada: - Talvez o senhor não saiba, mas alguem já falou. - Quem? perguntou, admirado! - O S. Padre, que lá do seu p:,ilácio do Vaticano, muito doente, quasi á morte, pensa horas inteiras nos seus tilhos, na humani– dade. . . Ele compreende tôdas as miserias e as tristezas do nosso século, e sacrifica repouso e tranquilidade pela paz do mundo, pela recris- __,..._,,~ ............. ~---- ............... ~ . . ... . . ... . . . ... . . Para se lança r uma idéa, ·um regímen, um produto, devemos empregar todos os meios de propaganda e acção. Contudo, para o nosso ideal isso não é o ba3tante: precisamos nos nossos círculos de estudos, instruir e form!'lr bem as sócias para que elas possam agir mais "fortes na vida espiritual e téc'1ica." Os cargos de secretária e tezoureir::i, desempe– nhados pelas moças da pr~pria _paróqui~, fa– cilitam muito a boa organ1zaçao do nucleo. Da parte das dirigentes falta ainda uma cer~a formação e técnica, para o apostolado . o:gani– zado dos leigos; aos poucos, tudo ira me- 1 hora n d o. Entre dirigentes sócias e propa– gandistas tem havido espírito de uni~o. As militantes são poucas, o trabalho muito em inicio. Os trabalhos manuais são óptimo meio de conquista assim como os jogos. Muitos paes gostam qu~ as filhas ap_rend~'!1 a cos– turar (segundo estes tem mais ut1ltdade dv que falar durante duas horas sôbre religião! t!) tianização da sociedade, pela pureza de senti– mentos dos povos . . . que estão lutando, se aniqu ilando, porque perderam a fé, e só pensam na matéria, na . carne, nas ambições, no desejo de subir, ter mais, ser maior ... (*) - Mas, Senhorinha, nós estamos tão longe, aqui no nosso Pará . .. Nada aproveitamos desses desvelos do Papa. Quem cuida de se– melhantes problemas na nossa terra? - Quem cuida ? ! A Acção Católica! - Ah!, é verdade, já ouvi falar nesse mo- vimento ... porém me disseram que é só coisa de rezar, de estar metido na Igreja ... Desculpem, mas tive tanta vontade de rir que nem me foi possível dar a explicação que queria; achei melhor enviar no dia seguinte ao meu conhecido um livrinho dizendo da fina– lidade da Acção Católica. Mas, não fiquei ca– lada, todavia: - Nós sabemos como somos fracas, capazes de seguir tambem os exemplos e as influencias da época, ma~ é. jl:lstamen~e por pertencermos à Juventude Feminina Cato– lica (e assim falam centenas de jovens) que sa– bemos vencer mais facilmente e estamos mais certa·s da luta de nós mesmas contra as mi– sérias do mundo. Nos nossos círculos de es– tudo, aprendemos a pensar, viver e ágir com pureza e alegria e ouvimos os conselhos d~ que a nossa' mocidade tanto ne--essita, para caminhar na vida sempre com honra e dignidade. E, como disse Carmita Mendonça, da juventude de Per– nambuco: - "A JUVENTUDE FEMININA CATÓLICA será sempre a fôrça harmoniosa e sedutora de uma mocidade sadia, cheia de belos ideais, realizadora de programas abençoados ... Será sempre a formadora das conciências cató– licas de nossas JOVENS pela compreensão cada vez maior das Verdades fundamentais informadoras da vida cristã e do senso exacto das realidades transcendentes da vida humana .. ." Percebi que aquele pae, ao despedir-se, estava mais confortado. Ficou sabendo que há uma Mocidade que QUERE O BEM! (• )-Quando foi escrito êste artigo, S. S. Pio XI , alqueb_rado de corpo, mas h)cido de esp í rito , presidia a lgre1a. ◄

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