Quero - 1939
I 30 J. F. C. B. BELEM - PARA poder, sua infalibilidade e do amor que lhe de– vemoi. A ceremónia, que se desenrolou dentro d.a igreja de S. 10 Alexandre, repleta de fieis, com a presença de autoridades, delegações da A. C. e senhoras da Associação de S. 1• Terezinha pró– Seminário, deixou em todos uma viva impres– são da sublimidade da vocação sacerdotal e da eterna juventude dalgreja Católica. O Pe. Americo Leal, num brilhante sermão, disse do significado da festa, fazendo ressaltar a fúlgida trajectória que ela estendia à nossa meditação: o ponto de partida - a batina mo– desta do seminarista - e o cume sublime - a tiara do Papa. ~ Temos na cidade um Seminario. l~I Tu, leitora amiga, sócia da A. C., JA' falaste a um amigo rico e de boa vontade nessa escola de sacerdotes, que tanto merece de •s.uas riquezas? . JA' rezaste pelos -seminaristas? JA' pensasaste que até êle se deve estender o Oh! formar um padre 1 Dar um padre à Igreja! teu zêlo de apóstola? JA' te alistas na Associação de S. 1• Terezi nha pró-Seminário? Eis o· mais belo, o màis urgente apost01a·cto , para uma sócia da Acção Católica. JA' enviaste um óbulo para as grandes obras de que precisa? E, no Brasil, eis uma obra de esclarecido patriotismo. X r x < < :C õ866MGC:c~? x99S&x --x ➔~~ zpg ..... 099&zZ>c xxsc t9YPYYYSXX>WYS Certa mãe, precisamente no dia da primeira missa de seu filho , escrevia a uma das suas amigas de infancia . "Bendize, commigo, querida amiga, o bom Deus. Sou mãe de um padre ! Faz vinte e cico annos que t e escrevi, quando me nasceu aquella criança. Lembro-me que estava louca de satisfação. Eu a sentia viver ao meu lado. Tomava-a nas mãos e a fazia cahir ternamen te em seu ber– ço, como para me assegurar ·que a possuía na realidade . Ah ! que differença entre aquel– las alegrias e as que me inun– dam hoje a alma de extase e de sentimentos novos! Sou hoj e mãe de um padre ! Que dizer-te da ceremonia de hontem? Eu a assisti, mas não via senão ao meu amado filho: ora ajoelhando-se, ora ficando de pé, ora prostrando-se, ora levantando-se, ora sahindo re- colhido de debaixo das mãos do Bispo imp0stas sobre elle. Via-o finalmente padre. E esta manhã celebrou sua segunda missa na pequenina capella de um humilde conven– to. Sua alta estatura, seus ca– bellos negros, a gravidade dos seus movimentos, tudo o fazia majestoso. Eu estava bem pertinho do altar . Immovel que pareciam paralysados os sentidos. Vi em um dado momento um corpo curvando-se deante da Santa Hóst ia . Não rezava e nem sei bem como cha– mar isto: é o extase de uma mãe christã. Exclamava en– t ão: Mil graças vos clou, meu_ Deus, mil graças vos dou. Este padre era meu ; fui eu que o formei, fui eu que illu– minei sua alma. Elle, porem, n~o é mais para mim mas para vós unicamente, meu Deus. Guardae-o da sombra do mal. Elle é o sol da terra. Não o dei– xeis corromper-se. Meu Deus eu amo a vós e a elle. No momen to da communhão o ajudant e da missa vendo-me approximar, rezou o Confieteor. O celebrante virou-se, levantou a mão direita :era a absolvição que cahia sobre sua·mãe: Meu pobre filho, escapou-lhe um soluço. Depois ;t<:>mou em•suas mãos o ciborio, dit-igiu;se, para mim: era Deus que lhe ' trazia. Que momento! Que união! Deus, seu ·sacerdóte e eu! Não sei dizer se rezava naquelle tão feliz momento. Uma paz inaudita me envol– via todo o ser. Desfazia-me em lagrimas. Lagrimas, porém, de amor e d e reconhecimento. E dizia commigo mesma: Meu Deus, m2u filho! Sim, a nós , mães, impende o dever de orar. Seja de que modo for. . . estou muito feliz. De nada me quei– xo. Houve na minha vida dias bellissimos. Este porém é o mais bello, porque os pensa– mentos da t erra não têm, por assim, dizer, mais lugar. Adeus, não posso mais escre– ver . M.:n11as lagrimas inun– dam este apel. São lagrimas de contentamento. Um Seminarista
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