Quero - 1939

- t . • de contentamento ao transpor essas quedas d'agua, eu ria de boa vontade, mas as nossas irmãs estavam pálidas de medo. Ainda não nos aconteceu nada de esagradavel. Os .transportes são interminaveis e fatigantes, principalmente para mim; quando é preciso escalar as mon– tanhas, talhar um caminho entre os galhos, pular barrancos, S!lltar entre as árvores velhas e podres, não é tranquilizador .. ." E tendo as coisas desagradaveis se mani– festado logo, continua a Irmã Valade, "quando com e c e i estas linhas, minha Irmã Lagrave torceu o pé, escorregando sôbre uma rocha, dois homens transportaram-na para a embar– éação; penso que ficará muito tempo sem poder andar e nossos transportes ainda não termi– naram. Deus nos envia cruzes; que o seu santo nome seja bendito!" O caso era grave e grande foi o atropêlo. Como transportar, atravez as florestas e bar– rancos, uma pessoa que necessitava de dois homens para carregai-a? Os barqueiros co– mentam. As religiosas pedem, chorando, o au– xílio dos guias. Finalmente, dois vigorosos Iro– queses se oferecem mediante boa soma e a via– gem continua. Mas, em Port-William, o chefe da caravana, já cançado de carregar a pobre enfêrma, declara que é preciso abandona-la. Consternadas, as irmãs fazem tudo para tocar o coração dêsse homem. Já estavam resignadas e tomadas as providencias quando o chefe cede ... "Imaginai a nossa felicidade, diz a Su– periora, principalmente para Irmã Lagrave, que havia sofrido uma verdadeira agonia. Eu não comia mais, não tinha nem fome, nem sêde no meio de tanta inquietação." Chegaram a Rivere-Rouge a 21 de Junho, depois de viajarem sem descanço durante 59 dias, desde Montréal. Ficaram instaladas numa barraquinha cons– truida em 1828. "Parece o estábulo de Belém" ! escrevem. As aulas começaram a 11 de Julho. Cincoenta e três creanças compareceram logo; a maior parte das tribus "Lauteux" ou ''Metises" e al– guns da de "Sioux". Durante o inverno o termómetro foi a 40 graus abaixo de zero, dentro da barraca. Mon– senhor Provencher compreendeu, mesmo não tendo as irmãs feito a menor queixa, e reco– lheu-as em sua residencia "onde fazia um pouco menos frio ." 27 J. F. C. B. BELEM - PARÁ Irmã Lagrave encarregou-se do ensino re– ligioso fora de casa. Durante todo o inverno, dirigindo o seu carro, afastava-se três leguas de S. Bonifacio, para ensinar o catecismo e orações às creanças, mulheres e homens todos ávidos da Verdade. Era tambem o médico de tôda a região. A inundação de 1852 fêl -as sofrer grandes provações: "Nossa comunidade come– çava apenas a gozar a nova casa terminada no ano anterior, quando a 27 de abril o degêlo trouxe tristeza e agonia aos nossos cora– ções. As águas subiram, os moradores aban– donavam suas casas, carregadas pela inundação. Refugiámo-nos no segundo andar. A capela ficou inundada, a· missa era celebrada na tribuna. O vento era tão forte que toda a casa tremia, as portas foram arranca.das. Somente a 6 de Junho pudemos sair de casa ... Em 1861, recomeçou a inundação e foi nesta época que morreu a Irmã Valade. Não encontraram uma só polegada de terra sêca para enterrar seu corpo. Enterraram-na provi– soriamente ao lado de Mons. Provencher, nos escombros da catedral, incendiada havia cinco mezes. O Re. Taché e o cortejo fúnebre cami– nharam com água até o joelho para levar a santa superiora ao túmulo. A obra de São Bonifacio foi portanto fun– dada sôbre a Cruz. Madre d'Youville deu a bênção do céu, a obra não morreria. Está espalhada hoje pela "Manitoba" e conta uma casa provincial, 20 casas regulares e mais ou menos 300 religiosas. (Continua) NOTICIARIO A "quero" na opinião dos outros São do "Nordeste", jornal católico de Fortaleza, as seguintes palavras, que agradecemos: "A REVISTA DA J. F. e. DE BELÉM "quero" é o expressivo nome que traz a revista surgida em Belém do Pará, sob os auspícios da Juventude Feminina Católic:i, de que é órgão oficial.

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